quinta-feira, 31 de março de 2011

Soneto à Thâmara

Coisa mais linda - Mariana de Moraes



Um triste, precisado de alegria
Uma luz, amanhecendo no seu dia
Que conduz, em um quente abraço
E reluz, esvaindo esse cansaço

E no perfume irresistível dos cabelos
Não resista e se entregue inteiro
Nas suas mãos deixará algum perfume
É maldade e covardia, mas se acostume

Inteligente e cheia de si
De repente nem está mais aqui
Seu dia é longo, e o dia é curto

- Espera! Quando vou te reencontrar?
- Amanheça, quando ainda estou no ar
Engraçado, só a encontro, se não procuro...

Otávio Fraz

Sonetinho do coração em alto mar

Maysa - O Barquinho

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Sonetinho do coração em alto mar

Pulsar vazio dói
Mais que pulsar sofrendo
Barco a vela sem vento
Que afunda, se destrói

Perigosas as tempestades
Mas levam a algum lugar
E corre-se o risco de acha
rUm porto em que se atraque

Em alto mar sem vento
Pulsando fora de tempo
Um coração chora e é triste

Porto seguro pra atracar
Um amor calmo pra acalmar
Essa nau, que em tempestade, persiste

Otávio Fraz

terça-feira, 29 de março de 2011

João Bosco e Vinicius - Chuva

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Retalho

Já eram 19:30 e eu não sabia mais o que fazer
Saí de casa...
As paredes pareciam estar se fechando
Há muito tempo tenho me segurado
Mas não cabe mais dentro de mim o que sinto

Mas essa tarde o turbilhão explodiu
Sua camisola no fundo da minha gaveta
Ainda amassada
Da ultima vez que esteve em casa

Cambaleei rua abaixo, não tinha chuva
Não tinha vento, não tinha nada
Que de mim levasse aquela saudade
Aquela vontade sufocante
De retomar seus braços

E chorei, chorei como há muito tempo
Como nunca havia chorado,
Até as lágrimas secarem
E só a chuva molhar meu rosto

Fomos orgulhosos demais
Bobos demais, novos demais
E assim aprendi da pior forma
Não existe vida sem você, não existe nada...

Mas nunca é tarde pra recomeçar
Descalço, molhado, triste e acabado
Corri até sua casa e a chuva aumentava
Quando cheguei no portão de grades
Meu coração duplicou a batida

Vi pelas grades, você sentada na área
Abraçada aos joelhos olhando a chuva
No seu rosto rubro um lágrima
Em um suspiro profundo de tristeza

Naquele instante meu peito explodiu
Quisera não houvessem aquelas grades
Então, do fundo do meu peito, do resto de forças que havia em mim
De olhos marejados, gritei : EU TE AMO, NÃO SEI VIVER SEM VOCÊ

Pra você aquela voz pareceu distante
Mas ouviu minha súplica e me viu
De joelhos no portão, chorando igual um menino
Então abriu-o, e nem ví... meu peito doía demais

A chuva molhou seu vestido florido
E quando olhei pra frente
Suas pernas se torneavam aos poucos pelo tecido
Abaixou-se, segurou me rosto entre as mãos, e me beijou...

"Obrigado Deus, eu sabia que você iria trazer ele de volta"

Otávio Fraz



segunda-feira, 28 de março de 2011

João Bosco e Vinicius - Chuva

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O tempo...

No invólucro da tua cintura
No piscar lento dos teus cílios
No cortante da tua mira
Entreguei-me ao perigo

Em meio a um mar de orações
Exacerbei quase todos os erros
Que um dia sonhei
Me permitr

Deitamos em memórias e sorrisos
Pairamos do futuro as lembranças
Sem anceios, sem planeioe, sem promessas
Quiçá esperança...

Quis não racionalizar mais
Rasguei amores, poemas, canções
Meu orgulho se foi
Escudos ao chão

Brilhou no tempo uma promessa
Por trás das nuvens densas que sela
Um emblema
Um coração

E fez-se chorar o tempo
Que há muito dessoava do meu canto
Pareou ao nosso rítimo
Um encanto

Incrédulos ainda duvidamos
Mas a tempestade nos seguia
Na medida do alvorocer
Ofegantes!

Encostado...
Ao teu seio...
Ví secar meu pranto.

Otávio Fraz

sábado, 26 de março de 2011

Palmas - 26 de março de 2011 - Poema à Lia

Você é linda - Caetano Veloso

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Poema à Lia

Pérolas negras molhadas ao sol
Brilham esses teus olhos que são doces
Me fisgam mil vezes teus lábios de anzol
Mais bela, age como se não fosse

De repente me passa, pisca e sorri
No outro disfarça, nem está mais aqui
E então já se encontra além do horizonte
Coração forasteiro de alma viajante

Em momentos singelos é que imagino
O céu estrelado, e uma bela fogueira
Teus pés descalços, dançando na areia
Canções de amar, desse coração de menino

Teu beijo seja talvez uma coisa qualquer
Como a brisa de tarde ou fogueira ao luar
O nascer do sol ou beira de mar
Como cheiro de chuva ou o teu de mulher

Nem peço que fiques aqui em meu peito
Só laços de fita, hotelã e brigadeiro
Ofereço de prenda, além da primavera
Pois amo só simples e de forma singela

Enquanto chove, lá fora e aqui dentro
Tranquila dormes, nem sentes o vento
Que brota de mim, nessa noite tão fria
Pra te aquecer e não sentires sozinha!

Otávio Fraz

sábado, 19 de março de 2011

Palmas - 19 de março de 2011 - Retalho


Agora que se vai
Leve consigo esse beijo
Guardado, use quando precisar
Somente quando precisar

Quando estiver triste
E eu não estiver mais aqui
Chore e lave sua alma
Suspire profundamente e com calma
Deixe a tristeza fluir por você

E pra selar sua calma
Pegue no peito aquilo que guardei
Abra a mão e encoste no rosto
Lembre-se de quando lhe entreguei
e lembre-se, estou aqui com você.

Otávio Fraz

terça-feira, 15 de março de 2011

Palmas - TO / 15 de Março de 2011 - M de Mulher

Ouçam ao longo da Leitura :
Dick Farney - Marina (Dorival Caymmi)

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M de Mulher

Foi Marina, menininha
Primeira namoradinha
Mikaella, tão querida
amorzinha e melhor amiga

Também em Marina
Melhores beijos da minha vida
Mas foi Mayra que fez
Desandar tudo de vez

Moniheli boa amiga
Maria Tereza, atrevida
Morango e Mila mais que amigas
Sinto saudades, minhas queridas

Mônica me tomou o de bom
Que eu achava haver no amor
Mas Marilha me mostrou
O quanto dura e suporta o amor

Marianas foram tantas
Martina , tão novinha
Marcela foi singela
Como será que estão elas ?~

Mayara me amou
E ameia-me sem medida
Pra mim tudo entregou
E entreguei toda a minha vida

Quem me encanotou foi Manuella
Que como dança só tem ela
E duas Marcelas como cunhadas
É brincadeira é palhaçada

M de mulher, M de melhor
M de mãe e tem M até em aMiga
Do que a vida me ensinou
Agora vou lhes contar
Que M é o meio de aMar

Otávio Fraz

sábado, 12 de março de 2011

Temas Sugeridos no Twitter - #diadificil pela @liergina !

No Twitter peço aos Seguidores temas para que eu possa escrever, a Linda @liergina sugeriu #diadificil, outras pessoas também sugeriram outros temas e estão alí na parte direita do blog, nas páginas!

Se você quiser pedir o seu tema, twitte o tema com o Tag #diariofraz, logo estará aqui seu poema!

O twitte da @liergina

Liérgina Martins

Dia difícil



Dia Difícil


- Raimundo meu querido, tive um péssimo dia, como foi o seu ?


- O meu foi mais ou menos, sente aqui vou te contar

Garçom uma cerveja, essa aqui já vai esquentar!


Acodei de manhã cedo atrasado pro trabalho

Fui me vesti e o gato, tinha mijado no meu sapato

Sai correndo pra cozinha, fui beijar minha mulher

Tava estranha minha florzinha, nem fez o meu café

Na garagem o meu carro não pegava nem com reza

Procurei outra maneira, mas não tenho bicicleta


Cheguei de táxi no trabalho, minhas coisas numa caixa

“Raimundo pro RH, na sua carteira vou dar baixa”

Isso mesmo, não adiantou, perdi o meu emprego

Esse ano não tem férias nem décimo terceiro

De metrô cheguei em casa, era bem mais do que cedo

Minha mulher tava na cama com o desgraçada do pedreiro


Corno manso eu não sou, fui dar uma de machão

Levei uma bem no queixo e fui direto pro chão

Briguei com a desgraça, só não chamei ela de santa

Vai embora desalmada.... “vai você sua anta”

Expulso de casa, uma mão na frente e outra atráz

Mas não acabou ainda, se acalma que tem mais


Passei no banco da esquina, pra sacar algum dinheiro

Todo saldo que eu tinha a mulher sacou mais cedo

Agora vim pro bar e vou beber até cair

Não adianta me expulsar hoje não saio daqui

Sem falar na conta, to sem dinheiro pra pagar

E vai vir o dono, vai botar louça pra eu lavar


- Como assim foi mais ou menos? Que horror, que desespero

Pode contar comigo, com seu...


- Fica calmo meu querido, Sou Raimundo Brasileiro.

O dia foi difícil, mas é que agora eu to solteiro!


Otávio Fraz

quinta-feira, 10 de março de 2011

Palmas - TO 10 de março de 2011 - Soneto à minha cura

Chico Buarque - Gota d'Agua

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Soneto à minha cura

Sou o pior tipo de homem que existe
De alma frágil e coração duro
Olhos quentes e sentimento puros
De uma teimosia que não desiste

Me perco na vida, nos sonhos... em um dia
Quando o que quero alcanço, logo me canso
E me jogo de novo e não tenho descanso
Por curtos momentos, destroços de alegria

Só me vejo completo se entregue à angustia
Que sempre me vence, sem muita astúcia
Me fere pro dentro mas me faz respirar

E quando olho pro alto de braços abertos
Dentro me chove e sonetos e versos
Me fazem sentir "não quero nunca sarar"


Otávio Fraz