segunda-feira, 30 de março de 2009

Palmas - 30 de março de 2009 - O depois pode ser tarde

Qual a graça em viver Sabendo o que vai acontecer
Já que todos programaram O que seria quando crescer
Por que trilhar um caminho De uma só direção
Sem poder escolher as trilhas Divergentes do seu coração

Sem experimentar O que a vida te oferece
Há todo um mundo la fora E a gente se esquece
E que bom seria Se pudéssemos parar
E reviver tudo de novo Poder recomeçar

A vida é uma só e não tem como voltar atrás
O tempo que passa não volta nunca mais
Já que todos estão à procura da felicidade
Se não vivermos o agora, depois pode ser tarde
Como é bom poder correr Livre por um campo de flores
Sem nenhuma pretensão, Vivendo só de amores
Ansioso pelo amanhecer E as surpresas de um novo dia
Viver dia após dia De uma vida tranqüila

Fazer um pouco hoje Pra construir o amanhã
Ter a certeza do incerto Uma espécie de loucura sã
E se no fim desse dia Eu já não tiver nada pra fazer
Eu vou cantar Esperar o dia amanhecer

A vida é uma só e não tem como voltar atrás
O tempo que passa não volta nunca mais
Já que todos estão à procura da felicidade
Se não vivermos o agora, depois pode ser tarde
Depois pode ser tarde demais
Otávio Fraz

sábado, 21 de março de 2009

Palmas - 21 de março de 2009 - Queria

Música instrumental, para os amantes de violão, do gênio Andy Mackee (http://www.youtube.com/watch?v=JsD6uEZsIsU)


"eu gosto da música instrumental, por que dela podemos inventar mil letras ...esquecer mil letras... e reinventar mil letras , pois existem músicas que so devem ser cantadas uma vez"

Queria te desenhar
Mas não chego a tentar
Pois não vou passar nem perto
Desses traços tão corretos

Queria te esculpir
Mas não vou me redimir
Se não fizer o esperado
E sua perfeição ficar de lado

Queria uma foto sua
Mas você é como a lua
Que brilho não se aprisiona
Desse brilho so vós sois donas

Queria fazer sua pintura
Mas essa alvidez sua
Tinta nenhuma vai pintar
Não há como retratar

Queria te cantar
Mas pr'essa bossa ja não ha
Nenhum gênio pra compor
Quisera eu ter esse dom

Já que de maneira alguma
Pude ter uma parte sua
Vou apelar pro mais ousado
E ter você só do meu lado

Otávio Fraz

quinta-feira, 19 de março de 2009

Palmas - 20 de março de 2009 - Mesmo que não tenha fim

Para atiçar vossos corações, Peter Gabriel (http://www.youtube.com/watch?v=6nZGv8VTBVE)

O hoje pode ser doloroso
Lutar, eu sei que é penoso
Não se tem mais de onde tirar forças
Continuamos com as pernas quase mortas

Se o que respiro é o ar de um sonho
Todas as forças, em mim recomponho
E assim, dou o que tenho de tudo de mim
E ultrapasso o horizonte, mesmo que nao tenha fim

Nao se pode viver e ser morto
E nesse barco, mesmo que nao haja porto
Decidi embarcar assim mesmo
Ainda que o destino seja puro esmo

Mas se é algo que vale a pena viver
Nao ha quem diga que nao poderá fazer

Otávio Fraz

terça-feira, 17 de março de 2009

18 de março de 2008 - Palmas - Talvez seja melhor nem olhar pra traz




As vezes paro e olho para traz
Sento naquele banco de praça onde eu costumava fantasiar o meu futuro
Revejo aquelas árvores que um dia escrevi meu nome dentro de um coração
Revejo as fotos e cartas que tiveram o poder de parar o tempo
Ouço aquelas músicas que me fizeram chorar ou que simplesmente passaram
E se eu fechar os olhos, posso sentir um a um o cheiro dos ventos que se foram
Alguns detalhes já não fazem parte de mim, outros ainda se destacam
Já não tenho mais ânsia de saber qual será a minha altura
De como vou parecer quando for mais velho
Se vou ser um paleontólogo ou um jogador de basquete
Em como será maravilhoso dirigir um carro ou ver televisão ate tarde
Se vou casar ou ter filhos, quantos filhos
Algumas coisas passaram… inclusive a inocência…
Inclusive a inocência em relação a mim e a esse mundo
Agora sou culpado, condenado a corresponder ao que esse mundo espera de mim

Otávio Fraz

segunda-feira, 9 de março de 2009

Palmas - 9 de março - Meu Monstro Alado

Para ouvir na leitura (http://www.youtube.com/watch?v=KBqwW-odVtI)



Cada dia que passa
Envelheço mais
Em queda livre sem asas
Não volto atrás
O destino adiante
A certeza não traz
Nesse barco errante
Não embarcar? Jamais

Me isolo e ignoro
A qualquer distração
Pra frente e avante
Seguindo o coração
A favor da corrente
Não me chama a paixão
Eu cego e displicente
Só quero canção

Acordo nas noites
Cansado, abalado
O correto e entediante
Não quero do meu lado
Essa vontade estigante
Esse sonho malcriado
Vendado, eu monto
Esse monstro alado

Meus sonhos perversos
Profundamente indiscretos
Não me deixam opções

Seguindo adiante
Com um medo constante
So me restam orações

Mas um dia quem sabe
Esse urro se cale
Se eu tocar corações



Otávio Fraz

domingo, 8 de março de 2009

Palmas 9 de março - Tarde da Noite

Dirijo esse carro de farois baixos
Pudera deixassem meus caminhos claros
Volto bem tarde pra casa
Essa brincadeira ja nao tem mais graça
Dessa desordem eu ja nao passo
E o cio acaba vencendo o cansaso
O amor e agonia se degladiam na minha frente
Amarrado, cansado, inutil e demente
Ainda luto pateticamente contra essa angustia
que me vence repetidamene, sem muita astucia
e no fim de tudo
acabo me recolhendo ao frio do meu coraçao

quinta-feira, 5 de março de 2009

05 de março de 2009 - Palmas - TO - Todos os amores

Para essa leitura, não deixem de ouvir essa música enquanto acompanham o texto.(Faltando um pedaço - Djavan)
Se alguém me perguntar: Você tem muitos amores?
Podem dizer que é impossível, mas irei dizer: Muitos amores, muitos mesmo.
Mas Como? Vou te contar

Amor... já parou pra se perguntar o que é o amor?
Não!! Não tente responder... você não vai conseguir, ninguém até hoje conseguiu.

O primeiro amor: Será aquele amor maior de todos, maior do que tudo. Amor pela vida, amor por viver, amor pelos sonhos, amor por ser quem é. Esse amor que engloba todo o mundo... o amor divino, o amor de Deus.

O Segundo amor: De todos os amores objetivos, com certeza o mais forte. O amor da carne, o amor do sangue, é amar uma parte de você que não é você propriamente. Amar o pai, amar a mãe, o irmão. É aquele amor que faz as palavras “Sangue” e “Carne” transcenderem o sentido material. Esse amor quando acende nada apaga. Esse amar torna dois seres diferentes na mesma carne, torna duas entidades uma só fonte de amor.

O terceiro amor: Posso dizer desse amor uma coisa, só Deus sabe explicar o como e o porque de existir. Como duas pessoas sem nenhuma afinidade sanguínea, familiar ou ate mesmo, sem nenhuma proximidade física podem se amar? O terceiro amor pode ser tão grande ao ponto de evoluir para o segundo.

Imagina só: Duas crianças, ambas no auge de seus 8 anos. Um rapazinho de cabelo em cuia e umas janelinhas nos dentes, uma mocinha de cabelo amarrado em chuquinha e um oculinhos de bichinhos. O que podem essas pequenas criaturas saber do amor? Talvez soubessem mais que nós hoje em dia, pois começaram a se amar sem nem saber o que isso poderia significar. De alguma forma, por alguma razão elas se topam, brincam, conversam, aprendem... e crescem. Crescem juntas, vendo-se todos os dias, até o dia do adeus. Despediram-se ainda crianças. Um pouco maiores, mas do mesmo tamanho em consciência ao amor. Separam-se, por anos não se vêem, mas por alguma razão nunca se esqueceram daquele amigo da qual se despediram. Quase 13 anos se passam após o dia em que o cabelinho de cuia conheceu a oculinhos de bichinho, ela então fala que vai dormir pois no dia seguinte precisa trabalhar e pede pra ele jurar que vai se cuidar, ele distraído demora e responde sem que ele tenha tempo pra ler: VOU ME CUIDAR SIM, POIS EU SEI QUE CUIDAR DE MIM, É TAMBÉM, CUIDAR DE VOCÊ.

O quarto amor: Dos amores esse talvez seja o mais misterioso, pois pode ir embora e pode voltar, pode adormecer por anos pra depois queimar. Esse amor ,como os outros, tudo espera, tudo supera, não se alegra com o mal nem se regorjeia com a crueldade, esse amor perdoa, esse amor cuida .... mas temos que aprender a perde-lo, a deixá-lo ir. Talvez fôssemos seres perfeitos se soubéssemos perder esse amor, mas então seria tudo tão sem graça, pois seria um amor banal. Somos perfeitos assim, bem cheios de defeitos, e pra complementar, pra cuidar dessas defeitos até sarar e criar novos defeitos, só mesmo o quarto amor. O quarto amor é o desequilíbrio da vida, é o amor imperfeito e meio deformado, mas que, talvez sem ele, não tivéssemos a motivação para sermos melhores.

Então, meu primeiro amor, meus segundos, meus muitos terceiros e quase poucos quartos, não vos amo por que quero, mas por que o amor dentro de mim encaixa com o amor que existe em vocês.

Que esse mundo seja cheio de amores imperfeitos.
Otávio Fraz

terça-feira, 3 de março de 2009

02 de Março de 2009 - Diz que não volta

Mais uma vez você volta.
Devasta tudo que eu achava ter construído
Abala tudo o que pensava em mim concreto
E meu coração que há muito dormia
Acorda no meio de um turbilhão de agonia
E é como se fosse a minha primeira vez
Como se eu nada soubesse de nada
Mas me acorda da penumbra do meu desafio
De fechar os olhos e viver nu no meu frio
Eu trancado na escuridão dessa alcova que me pus
Você arromba porta me trazendo essa luz
Aquece cada pedacinho do meu peito
Depois me toma tudo como se fosse seu
Diz que se vai e só explica com um Adeus
E eu que jurava estar acostumado a te ver partir.

Otávio Fraz

"É uma coisa que nasce no coração, uma agonia inquietante que parte do coração e sobe rumo a cabeça. A medida que sobe afunila, até chegar à garganta e quando chega ao ponte de explodir pelas cordas vocais, cala, emudece e me faz engolir devastando o meu estômago em mil borboletas. Desce para as pernas inquietas, sobe aos pulmões ofegantes, amolece meu corpo, emudece minha boca ... abastece a minha alma."