sexta-feira, 10 de junho de 2011

Poesia Cantada - Ofegantes

Ofegantes




No evolcro da sua cintura
No piscar lento dos teus cílios
No cortante da sua mira
Entreguei-me ao perigo

E em meio a um mar de orações
Exacerbei quase todos os erros
Que um dia sonhei
Me permitir

Deitamos em memórias e sorrisos
Pairamos do futuro as lembranças
Sem anceios, sem planeios, sem promessas
Queiçá esperança

Quis não racionalizar mais
Rasguei amores, poemas, canções
Meu orgulho se foi
Escudos ao chão

Brilhou no tempo uma promessa
Por tráz das nuvens densas que sela
Um emblema... um coração...

E fez-se chorar o tempo
Que há muito dessoava do meu canto
Pareou ao nosso ritmo
O encanto

Incrédulos ainda duvidamos
Mas a tempestade nos seguia
A medida do alvorocer
Ofegantes

Encostado ao teu seio
Vi secar meu pranto
De joelhos e olhos vermelhos
Vi secar meu pranto

Otávio Fraz

quinta-feira, 9 de junho de 2011

Soneto aos destinos

Damien rice - the blowers daugther



Será que seremos felizes?
Seguindo em caminhos opostos
Num jogo sem diretrizes...
Brincando de gosto não gosto

Distanciamo-nos sempre mais
Por caminhos quase sem volta
Sem migalhas deixadas pra traz
Trancando todas as portas

Nossas vidas aconteceram assim
Simultaneamente, pra você e pra mim
Ao mesmo tempo, hora e até local

Riamos, outrora, dessa sintonia
Que hoje só nos traz agonia
E pra esquecer? Esqueceremos igual?

Otávio Fraz