segunda-feira, 31 de dezembro de 2012

Soneto Sem Despedida

Mais uma vez se vão
Sem talvez, sem dizer não
Sem me olhar, sem despedir
Como se eu nem estivesse ali

Agem assim e sem dó
Deixam na garganta um nó
Sem qualquer explicação
Engula e esqueça coração

Volto à vida fria
De bares, de bohemia
De não me importar nem comigo

Só me resta pedir perdão
Me perdoa meu coração
Por não escolher com afinco

Otávio Fraz
29/12/2012

terça-feira, 25 de dezembro de 2012

Soneto de saudade e ao que não volta


Longe é que não estou a salvo
Não posso fugir ou me esconder
Pois distante sou como um alvo
Da falta que insiste em fazer

E quando voltar o que fazer?
Se perto não posso estar junto
Se junto tenho que me conter
Mantendo um sentimento mudo

E o tudo tende a nos controlar
O tudo de dúvida no ar
Conseguiremos viver nesse absurdo?

Combinamos agir de várias formas
Mas pulamos ou fechamos as portas
E assim somos nada, querendo tudo

                                                                                                                                Otávio Fraz       
                                                                                                                                Goiânia - GO 
                                                                                                                                24/12/2012

quinta-feira, 20 de dezembro de 2012

Ode ao desencontro

Era madrugada quase dia
No meio da tanta euforia
Me despertou do meu “ser”

Abri os olhos e a reconheci
Se materializava bem alí
A que meus olhos não podiam ver

Mas a vida é desencontro
O destino de confrontos
Aonde o tempo não é amigo

Encontrar-se é arte
Mas a vontade não faz parte
Do resultado do conflito

E vivemos nessa agonia
Eu sem te ter como amiga
Você sem me receber como mulher

Como ficar juntos assim ?
História sem começo nem fim
Deixando no “se Deus quiser”

Já ha tempos nessa andança
Ir e vir é já virou dança
Onde insistem em não se despedir

E com o tempo, já dilacerado
Eu sei deixar de lado
Sem sofrer e nem sorrir

Otávio Fraz

quarta-feira, 19 de dezembro de 2012

O Povo do Fim do Mundo

Está previsto, é definitivo, os Maias não estavam errados, o fim está próximo! Os noticiários tem atestado o afunilamento de desastres naturais causados pelo aumento da temperatura na terra.  Maior seca dos últimos setenta anos, maior cheia dos últimos sessenta anos, maior nevasca dos últimos oitenta e sete anos e tudo em 2012.
Palmas também está condenada, no dia 21 de dezembro sofreremos com um calor de 44º no centro da cidade, ao meio dia será impossível sair na rua por que o sol arderá na pele, o calor do concreto aquecido tornará dificultosa a respiração e até olhar para qualquer coisa branca será difícil por causa do reflexo do sol.
Enquanto isso na região sul da cidade uma chuva estará avassalando os telhados e derrubando os outdoors, tornará impossível se locomover de carro, ocorrerão alagamentos, carros ficarão ilhados no meio das avenidas. Haverá enxurradas, quedas de postes de luz e fortes árvores quebrarão ao meio.
Já ao norte, ocorrerá uma chuva de granizo sem mais nem menos, e quando você ligar para seu amigo que está no centro pra avisar que está caindo gelo do céu, ele lhe informará que o sol está a pino por lá, queimando a testa de quem se atreve a se expor a ele, e será informado que seu primo da região sul está ilhados na rotatória da Palmas/Brasil por causa da enxurrada.
Todo esse rebuliço climático ocorrerá ao mesmo tempo, nessa mesma cidade em um espaço retilíneo menor do que 20 km.
Pensando bem... fim do mundo uma pinoia! Acabo de descrever uma terça-feira comum com pancadas de chuva na capital Tocantinense. O povo de Palmas está habituado a fins do mundo diariamente. Enquanto a temperatura média do planeta é 14º, e nos locais mais quentes chega a 38º, nosso dia é de 42º com sensação térmica de 45º, sem vento.
Todos os dias lidamos com tempestades, chuva de granizo, enchentes e até uns “tornadinhos” passam arrancando árvores, outdoors e telhados e ainda terminamos a tarde com um pôr do sol limpo e bonito de se ver.
Pra quem é do sul e sudeste aqui já é o fim do mundo, inóspito e hostil. O norte do Goiás é terra sem dono e sem lei, SÓ QUE NÃO!
Aqui, no fim do mundo chego ao trabalho em 5 minutos, tenho acesso a tudo que se precisa para um vida boa e tranquila, meus irmãos tem faculdades boas pra cursas, nossos filhos serão criados sem medo e meus avós podem morar numa capital. O ar é limpo, os rios são puros temos árvores pra todos os cantos e na minha casa todo dia um casal de araras enche meu saco grunhindo a manhã todinha que Deus deu.
Aqui se comemora quinta, sexta, sábado e domingo como se fosse o fim do mundo, esse fim do mundo parece que não chega, por isso a gente comemora sempre pra não dar sopa pro azar.
E nessa terra de contraste quem mora aqui ama viver aqui, quem vem de fora quer ficar e quem vem de passagem fica com saudades. O povo do “fim do mundo” pode viver em qualquer lugar que se adapta, o povo do “fim do mundo” está acostumado com mudança, adversidade e é pioneiro desde pequeninho.
Fomos e somos treinados para o fim do mundo, pois transformamos o fim do mundo em um lugar bom de morar. E que venha o fim do mundo dia 21 ou quando Deus quiser, pois o fim do mundo é nosso lar.

Otávio Fraz

quarta-feira, 26 de setembro de 2012


RETRATO DA POLÍTICA PALMENSE

XENOFOBISMO é a palavra da vez! Por favor me deem qualquer outro motivo para não votar no Amastha mas me falar que ele é alguém de fora, deixar nossa cidade nas mãos de um estrangeiro é DEMAIS pra mim.
Quem não tem caráter não vai cuidar bem de cidade nenhuma, seja ele do Brasil, da Colômbia ou de Marte, temos como prova os nossos últimos 8 anos de prefeitura.
Minha família morou um ano e meio em Portugal, meus irmãos nas escolas que estudavam sofriam por serem de outro país, eram crianças, inocentes e despretensiosas, não foram poucas as vezes que escutaram "volta pra tua terra", o mais novo deles o Luka Fraz, passou por uma situação cômica quando se desentendeu com um colega Português e outra colega de Luanda, em sua defesa, disse, no intuito de assusta-lo, que o Luka era da favela que no outro dia ia trazer armas para se vingar. O português foi parar na diretoria com crise de choro, apavorado de medo, fruto da Ignorância, por ser uma criança.
 E vocês eleitores dos concorrentes políticos, são crianças? Por que estão chorando com medo de um estrangeiro? Não seria ignorância, infantilidade?
Se vocês estão tão preocupados com o fato de que a maioria dos eleitores está votando em alguém que não conhecem, envergonhem-se dos seus candidatos, por que o povo está CANSADO DO CONTINUÍSMO e preferem dar um tiro no escuro a deixar a merda como ela está.
Sinceramente, não há nada que desabone o Lélis ou a Luana, a infelicidade de ambos é simplesmente a base política que os apoia, que para o POVO representa CONTINUÍSMO ou estagnação.
Além do mais, com o advento do Mensalão, dos escândalos com o Cachoeira e com a precária situação de Palmas, o povo está começando a pensar e a tomar atitudes que saem do óbvio, NÃO ESTÃO AGINDO COMO GADO, como esperavam as plataformas políticas dominantes.
A Luana está mantendo sua integridade, apesar de sua péssima equipe de marketing, todos os dias ouço propostas dela.
Quanto ao Lélis é só ligar o rádio pra ouvir ele quase implorando para não votarem no Amastha, em alguém que não conhecemos, faz tempo que parou de falar em propostas, É SÓ ATAQUE, o que está tendo um efeito reverso, TA FEIO PRA ELE.
Agora, chamar Silas Malafaia pra fazer campanha, usar metade da propaganda eleitoral para fazer chacota, imploras por votos, ta ficando feio. Gosto da Luana e da dignidade que ela tem demonstrado, pena que é apoiada por quem é apoiada.
Vocês lembram-se das eleições para Governador do Estado? Quando não tínhamos nenhuma opção? O Gago estava na frente e o Campos esperneando, foi preciso um escândalo homérico para que o Campos ganhasse, votar em um por que o outro é menos pior É UMA GRANDE TRISTEZA, depender de escândalo para ganhar uma eleição É UMA GRANDE TRISTEZA.
Hoje o povo vê Amastha como uma opção, pode ser alguém que não se conhece, isso é verdade, mas é alguém com quem o povo tem se identificado, por ser povo também, por ter vindo de baixo com as próprias pernas, por ser de fora COMO TODO MUNDO DAQUI É.
Me revolta ver uma charge dele com os olhos vermelhos como se fosse usuário de drogas por que é Colombiano, será que se eu fosse ser prefeito de alguma cidade na Colômbia iriam me chamar de traficante do morro? É certeza que iriam me chamar de CORRUPTO também, uma GRANDE IGNORÂNCIA.
Ouvi uma triste piada ontem, “voto no Amastha por que ele não é político nem brasileiro”, e tem um fundo de verdade, infelizmente. O povo está desacreditado.
Então, caros (caros mesmo) eleitores, principalmente os ignorantes, não sejam caros, sejam conscientes, pesquisem a vida dos seus candidatos e quem os apoia, meçam os prós e contras, não se olvidem preconceitos, picuinhas e mentiras. Palmas merece isso.

Otávio Fraz

segunda-feira, 10 de setembro de 2012

So leia se escutar:


Soneto pra não esquecer

Se afasta, me pedindo pra esquecer
Impossível, esperado a tanto tempo
Entregues, uma ao outro, ao momento
De menos fiz, do que deveria fazer

Mas depois de acontecido, ja era tarde
Antes mesmo de encostados os rostos
Do longo tempo do aproximar dos corpos
O que deveria, não impediu, sequer as grades

Um erro, justificado pelos outros
O sublime, sobrepondo os erros toscos
Perdoados estamos se tentamos acertar

O rosto de perto, não me sai da cabeça
O carinho nas mãos impede que eu esqueça
O toque... doces lábios! Pra sempre guardar

Otávio Fraz

terça-feira, 10 de julho de 2012

Soneto de três dias

So leia enquanto estiver ouvindo:
Onde Anda Você - Vinícius de Moraes

Pretos, sobre os ombros dela
Cascata negra sobre a branca pele
Cobre os seios, vem, me fere...
Bem no peito, so por que é bela

Reclama baixo "isso não ta certo"
Me empurra, tremendo de aflita
Aperta meus braços, me olha doída
Mordendo os lábios, me puxa pra perto

Me enlaça com a perna, me senta no colo
Fecho os olhos, mas não me controlo
Te juro minha linda, não foi por maldade

Chegamos aonde era cedo pra ir
E ela agora, esta longe de mim
E só, me preparo, la vem a saudade...

Otávio Fraz

quinta-feira, 31 de maio de 2012

Soneto a eternidade

Ouça - Pra Viver um grande amor -


Sou complexo e cheio de angústias
Imperfeito como um homem deve ser
Incertezas, lembranças, lágrimas e buscas
Busco o sempre, pra mais sempre viver

De luz me visto contra a escuridão interna
Não sou infeliz, nem reclamo a situação
Mas o preço a se pagar pela busca eterna
É viver pra sempre de solidão

As vezes me canso de verdade
É quando me esqueço da verdade
E a mãe canção me vem ninar

Quietinho, choro de saudades
Calado, faço bem a minha parte
De a eternidade esperar

Otávio Fraz

quarta-feira, 9 de maio de 2012

Soneto á espera



Tom Jobim & Miucha - Pela Luz dos Olhos Teus




Te tenho tanto quanto tenho a mim
Quase nada, um tico, uma fresta
Mas meu peito, se faz em festa
Quando me engano que tenho mais

E assim sofro de saudades de Você
E de mim, do homem que seria pra ti
Que está comigo, mas não encontro aqui
Mas me torno ele quando chego a te ver

É triste depender do incerto pra ser
Se não tém remédio, remediado está
De longe triste te vejo ser triste

Então me sento e só te espero
Não me agonio nem me desespero
Quero que entenda, só aqui existes

Otávio Fraz

quinta-feira, 5 de abril de 2012

Hoje Vencemos.

30 Seconds To Mars - Alibi

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Todos os momentos convergiram até aqui
A esse momento de grandeza e descobrimento
Aonde tive que ser o mais forte que que ja pude
Aonde tive que olhar pra mim mesmo e dizer "mude"

Um ser é moldado por suas escolhas
Escolhi vencer e ser grande
A ponto de nao ser maior que niguém
Guiado pelo certo e não pelo que covém

Tiver que me transformar
Me joguei aos leões
Dentes, garras e lições
Sobrevivi, me restando continuar

Hoje vencemos só em chegar aqui
Até esse ímpar momento
Aonde nossas amarras foram quebradas
Quando sabemos usar nossas armas
Sem precisar ferir ninguém

Otávio Fraz

Obrigado Deus pelas Vitórias, pela força e pelas lições!

segunda-feira, 12 de março de 2012

Soneto do Limbo

Escravo da Alegria - Vinícius de Moraes


Quando passa só posso fechar os olhos
De olhos fechados de dentro te olho
Como sempre quis e nunca pude ter
Minha, e agora, pra mais sempre ser

Abraços em braços arrepiados
Carinho de longe e cheirinho de lado
Tão de longe e assim bem perto
Não sei se te largo, mas sei que te quero

E quero muito, há meses e poesias
Já desquis e até apaguei, mas foi covardia
Você aparecer antes de eu me despedir

Entre o céu e o inferno, nesse limbo
Brincando de ser, de junto e de dormindo
Viro cá e você vira pra lá, vamos sonhar

Otávio Fraz

sexta-feira, 3 de fevereiro de 2012

Soneto à Palavra


Antes eu tropeçaca em cada palavra
E engasgava com as que ficavam guardadas
Doíam na garganta pesavam no peito
Não traziam nada, sequer respeito

Tenha seu rifle e saiba atirar
Ou o desuso o inabilitará
Palavras ditas do jeito certo
Fazem do abstrato, o concreto

Respeito não se ganha, se conquista
Quem sabe o que quer não deixa pistas
Faz seu caminho se fazendo entender

Olhe nos olhos diga e repita
Ou passe o resto da sua vida:
"Um dia alguem irá me compreender ?"


Otávio Fraz

sexta-feira, 13 de janeiro de 2012

Fica Comigo - Versão "praia" e Versão Pagode - Dê sua opinião


Nessas férias fui a Fortaleza! Lá passei uma semana no apartamento de uns amigos que curtem demais música, juntamos uma galera que toca e ficávamos tocando até de manhã!!
No dia 23 de dezembro, lá pelas 5 da matina, já meio virado de uísque, um amigo virou e disse, "Ótávio faz uma música aí, pra uma mina que tenha mexido com você ultimamente" , eu que já não estava muito sóbrio, disse "é pra já".
Foi o tempo dele ir no banheiro, tomar um banho e voltar. Eu estava na sacada, a brisa forte do mar naquela madruga, quando eu vi a música já estava no papel, alí, pronta, foi só pegar o UKULELE, ajustar os acordes e tocar.

5:30 da manhã, logo depois de ter feito a música.



Depois que música ficou pronta, logo gravei no iphone pra não esquecer! Quando mostrei a versão reguezinho pra um amigo que toca cavaquinho, ela tocada no Ukuelele, ele se amarrou e propôs que fizéssemos uma versão pagode, e ficou muito massa.
As duas versões estão abaixo e quem ouvir eu quero que vote nos comentários, que vamos publicar no blog http://www.madafoquer.com.br/, pra pedir pra galera mandar vários vídeos tocando a música pra gente fazer um clipe só, tipo esse aqui: http://www.youtube.com/watch?v=-kX1uaflYyY

Versão Ukulele:

Versão Pagode (Gravada com cavaquinho, ukulele e violão):

Quero ouvir opiniões e sugestões!
Quero mandar um abraço pros que participaram dessa brincadeira, Fábio, Neto, Yago e Bruno!

Otávio Fraz

quinta-feira, 12 de janeiro de 2012

Soneto à inquietude



Tenho tanto e busco mais
Caminho inverso ao da paz
Não ser feliz com o que se tem
Buscando só o que convém

Não sei e não quero esperar
Diz o destino "Aguarde, virá!"
Me corroo por dentro a angústia
Que me vence sem muita astúcia

Entre o céu e o abismo
Não me importo mais comigo
Já estou em queda livre ?

Não tenho asas pra voar
Só alguns sonhos pra sonhar
Hum!! Nas nuvens nunca estive...

Otávio Fraz