Você sabe como se processa o preenchimento de vagas de Desembargadores no Tribunal de Justiça Estadual e do Tribunal Regional Eleitoral?
A composição de um Tribunal de Justiça Estadual faz-se com membros da Magistratura (juízes togados), membros do Ministério Público (com mais de dez anos de exercício) e da OAB (advogados), atendendo a comando constitucional - Arts. 94 e 125, § 1º da CF - e, infraconstitucional, além, do que estabelece o regimento interno do respectivo Tribunal de Justiça e legislação regente do Ministério Público e Advocacia. É a chamada composição paritária, ou quinto constitucional, de modo que para cada cinco membros da Magistratura abre-se uma vaga alternada, entre o MP e a OAB.
Expedido o Edital de vacância pelo TJ, sendo externa a vaga, as respectivas casas escolhem internamente por votação e encaminham lista sêxtupla ao Tribunal de Justiça. Este, por sua vez, em votação de seu Tribunal Pleno, extrai uma lista tríplice que é encaminhada ao Governador. Escolhido um dos listados por este, o TJ é comunicado para a respectiva posse.

As dificuldades maiores na escolha se dão quando o critério é o do merecimento, porque a partir da Resolução 106/2010 do CNJ, estes critérios são objetivos e os votos são obrigatoriamente abertos e motivados, em sessão do Tribunal Pleno. A partir desta Resolução, atributos como produtividade, presteza, eficiência e qualificação profissional contam muito no momento da escolha. Cada Desembargador vota em três nomes e composta a lista tríplice com os mais votados, a presidência do Tribunal escolhe um dos três e lhe dá posse.
O ano de 2.014 é de grande renovação no Tribunal de Justiça do Estado do Tocantins. Já existem duas vagas em disputa. A primeira, pelo critério de merecimento, está em fase de recurso de impugnação de alguns candidatos. O Edital é de Agosto de 2013. A outra vaga, pelo critério da antiguidade, já com o edital encerrado, espera apenas pela escolha do juiz pelo critério de merecimento. Ambas deverão ser decididas ainda no 1º semestre de 2014.
Também não será diferente em relação à classe de juristas com a abertura de vagas no TRE/TO, cujo edital, para efeitos de inscrição encerra-se dia 24 de março de 2014. Diante dos entraves sofridos - dentro da própria classe - OAB/TO, na eleição para compor o quinto constitucional senti a força do preconceito e ser mulher e livre para expressar minhas ideias. A decepção à época afastou-me da discussão, que volta agora, quase por acaso, pois foi como deparei com o edital.
Sendo um ano de grande renovação da corte maior de justiça do Estado do Tocantins e do TRE, a comunidade jurídica deve acompanhar com especial interesse e atenção, para que as escolhas sejam feitas de forma técnica.
Angela Issa Haonat
Professora Adjunta da Universidade Federal do Tocantins
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