terça-feira, 26 de novembro de 2013

Soneto à Marcella

Como se não estivesse de cabeça pra baixo
Mas só deitado em seus ombros
Eu, restado dos escombros
Tantos remendos, tantos rachos...

Me enxerga listo e novo
Inspirando nobreza e distinção
Sob o leve peso de suas mãos
Acolhe calma, um louco

Mas cura e reenlouquece
É como se tempo não desse
Pra respirar entre as sanidades

Ah! tão nossas, nossas vidas...
Já Entrelaçadas, tão amigas
Antigas como o tempo que não tem idade

Otávio Fraz 
20/11/2013

terça-feira, 5 de novembro de 2013

Ser VIP, ser TOP, o rei do Camarote!


V.I.P., sigla em iglês para Very Important Person, o brasileiro, bicho danado, já foi logo transmutando a sigla em palavra e do inglês para o Português. Hoje VIP, formada através do processo de estrangeirismo (vide google), se tornou um adjetivo, uma designação, para uma pessoa, para um grupo o ou para um camarote.

V.I.P., quando ainda no inglês, era designação utilizada em aeroportos, eventos públicos e afins, para salas reservadas a autoridades que pelo alto cargo ou grande importância de suas atribuições não poderiam estar em contato direto com o público em geral para sua própria segurança.

Pegando o significado do termo em si, Promotores de eventos, na sacada genial de explorar o super ego dos consumidores de baladas, oferecendo a oportunidade de demonstrarem que são pessoas muito "importantes", trouxeram o VIP para as pistas das boates. Daí o V.I.P virou adjetivo no Brasil, mas qual sua nova definição ?

Hoje temos fila VIP, pulseirinha VIP, camarote VIP, Balada VIP, Cocota VIP e daqui a pouco até privada VIP vai ser moda, e todas essas definições se referem a festas, shows e baladas. Mas não vá achando que tem autoridade de alto calão frequentando tais eventos, acontece que, a promoção excessiva de "Baladas VIP's" vulgarizou o termo.


Sendo assim, o vip no Brasil é aquele que tem grana o bastante para pagar para não pegar a fila, que pode pagar para ficar em um lugar reservado e não ser mais um na multidão, que pode pagar por um champagne caro, que pode pe(a)gar pela "melhor" cocota.  Mas por favor, não confundam quem paga pra ser VIP com o babaca do camarote! Ou confundam, tanto faz.

Mas, o que há de errado nisso ? A pessoa tem dinheiro e está usando seu dinheiro como bem entende, viva a liberdade!!

Na verdade quem está errado é os que estão do lado de cá, pessoas como eu e você, que passo a denominar de V.O.P.- Very Ordinary Person , (Pessoas Bem Comuns), mas que, ao contrarário de mim ou de você, por supervalorizarem os pagantes a VIP's vendem a mãe, o almoço e a alma pro capeta para comprar o camarote VIP.

Há atualmente, um movimento de aculturação e alienação, promovido pelo Funk, Arrocha, Sertanejo Universitário, Novelas da Globo e por aí vai, que causam em muitos jovens de mente vazia e desocupada a necessidade de serem visados como referências de ostentação, bebedeira e pegação.  Sendo assim, azucrinam a cabeça dos pais, quando não acontece desses os incentivarem,  para cada vez mais cedo estarem nas baladas, chegarem em casa chapados e gastarem quantias injustificáveis com as denominações Vips.
Outras coisas também mudaram de significado: em Palmas, Capital do Estado do Tocantins, de onde vos escrevo, o próprio termo Camarote mudou de significado.

De acordo com o dicionário, camarote é um "compartimento em sala de espetáculos",  no geral, em organização de eventos é uma estrutura montável, elevada para quem quiser uma visão privilegiada . Em Palmas, o denominado Camarote é a parte da pista que fica mais próxima ao palco, no chão mesmo, que por ser chamado de "Camarote VIP", é bem mais cara que o restante da pista. E na verdade o que deveria realmente ser chamado de camarote por ser uma estrutura montável elevada, é denominado de Camarote Extra-VIP, algo bem próximo aos Deuses.

Existem sim os que pagam mais para estar ali e simplesmente estão, querem ver o show de um local mais tranquilo, sem se preocupar com alguns desconfortos que multidões trazem e preferem pagar mais para ter mais conforto, e ponto, não ostentam, não "babaquizam" e não se acham melhores que os outros por causa disso. E esse é o limiar, não é o que é feito e sim, como é feito.

Até agora só falei do VIP, e percebam, é uma denominação que designa objetos, locais e privilégios, ou seja, denominam as regalias de quem paga para parecer importante. Mas, e denominação para as pessoas? Para os que estão no Camarote VIP? Daí surge o TOP. Outro estrangeirismo (deve ser para parecer mais importante), termo que designa o que está no TOPO, o termo seria auto explicativo caso seguisse seu sentido literal, mas...

O que é TOP no "abrasileirado" ? TOP, no geral, é o fútil super valorizado, o que é comum que por ser caro ou da moda de uma hora para outra se torna maravilhosamente fantástico. Veja-se o exemplo da última moda, os bonés da marca John John, que são feios, caros e cafonas e é quase impossível encontrar uma foto, na rede social, de alguém usando o acessório que não tenha em sua descrição a hashtag #TOP.

Também tem-se as variações como #TOAP, #TOPÍSSIMO ou #TOOOOOOOOOOOOOOOPPPP.

Quando você encontrar a hashtag #TOP, clica nela e veja a que se refere. Você irá encontrar fotos de champanhe com faísca no gargalo, de moças com microvestidos vestidas todas iguais, com blusa transparente, de franja ou saias tons pôr do sol, mostrando mais do que devem, biquinhos de pato no espelho, foto com alguma sub-celebridade, (aqui no TO geralmente o Lucas Lucco), e por aí vai. Me desculpe, se isso for TOP, ou o mundo mudou muito ou estou muito por fora da realidade.

TOP é utilizado para a supervalorização de algo banal ao qual a pessoa, teve acesso, quer se supervalorizar para ser aceito, quer ser visto como referência em alguma coisa que nem ele sabe o que é, ou simplesmente quer participar da multidão de zumbis VIP's e TOP's que fazem e repetem o mesmo ciclo, todos os finais de semana, exaustivamente até seus corpos não darem mais conta, até seus bolsos esvaziarem ou até o Babaca do Camarote parar de dar uma de otário e pagar tudo.

E você que está lendo esse texto agora e usa TOP com frequência para cosias mais singelas, para coisas que você só acha legal, você é inocente, não se preocupe, você não é necessariamente a descrição acima. Ainda da tempo de não fazer mais, vamos deixar o TOP para quem é VIP.

Enfim, atualmente, não se tem mais os títulos de Barão ou Visconde, comprados da coroa no tempo imperial para ostentarem status e riqueza, mas atualmente compra-se títulos de VIP ou TOP, na grande maioria das vezes, por alguém estar pagando, por algum favor de um amigo promoter. 

Sou um VOP com orgulho, com plenas condições para ser TOP em locais VIP's, mas prefiro esperar, e ser através de meritocracia, quero ser VIP, somente só, se um dia eu for realmente importante.

Otávio Fraz

quarta-feira, 21 de agosto de 2013

Soneto às 4 luas

Músicas de Vinicius de Moraes-Minha Namorada-Maria Bethânia

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Há imensidão no simples
Simples fato de se encontrar
E ao encontro se apaixonar
E na paixão sem ser triste 

E agora me encontro nesse mar
Calmo, límpido e transparente
Numa tranquilidade displicente
Como se não pudesses me tirar o ar

Enfim, a ti, estou entregue
À deriva, na constância não breve
Nesse mar, nessa jovem nau a vela

Navegamos...já a quatro luas
Pois só o vento em direções suas
Guia, e assim só o Mar sela

Otávio Fraz

quarta-feira, 7 de agosto de 2013

Soneto de Adeus

É longa a dor da partida
Assim como a da aceitação
Temos tão frágil o coração
Tão frágil às coisas da vida

Coisas da vida como a morte...
Final ao qual somos imposto...
Sentimentos cruéis e tenebrosos
Ao único certo destino, única sorte

Mas não chores o amigo partido
Não chores o fato dele ter ido
Só chores fato de não estar aqui

Pois um dia também irás
E esse dia deseje vivás
Que só lamentem o não se despedir

Otávio Fraz

quinta-feira, 11 de julho de 2013

Soneto à Bessa - Vídeo de Homenagem

Vídeo exibido na missa de 7º dia e, 10/07/2013


Soneto à Bessa 

Hoje, enfim te deixo partir
Mesmo já tendo ido
Era como se só tivesse partido
Meu coração, sem se despedir

Lembranças se liquefazem
Desaguando no rio de saudades
Cujo o mar da eternidade
É o destino em que já jazem

Ah!! Fostes tão cedo
Tão rápido, que nem senti medo
Pois quando vi já havias partido

É triste não estares mais aqui
Mas, confortante ver o mundo sorrir
Quando a lembrança é boa à Bessa, à Victor

                                                                               Otávio Fraz
11/07/2013


                                                                                       

quinta-feira, 4 de julho de 2013

HOMENAGEM A VICTOR BESSA


Pra esse momento, a música mais apropriada, ouça ao ler o texto:


Thaissa, Luka, Eu, Pedro, Kaique e Victor
E o que fazer quando sua vida é avassalada por um notícia trágica. Quando tomam seu chão e seu ar, quando seu irmão é tirado dos braços do mundo e levado para os braços de Deus se nem ter dito tchau. E a falta desse tchau dói demais...

Quando você fica louco em imaginar que amanhã ele não está mais aqui, quando tantos sonhos ficaram pra traz. Hoje dia 04 de julho de 2013, um irmão foi tirado da minha família, um ser simples e totalmente bom, inocente de tudo, inclusive do próprio destino. Um ser que remava sem saber pra onde , mas sabia que era o caminho certo. Não há nada a ser questionado, pois a dor da partido de Victor Bessa demonstra a certeza do amor que ele deixou por aqui.

Luka, Pedro e Victor (PV e L)
Quando comecei a sair ele e meus irmãos ainda estavam entrando na puberdade, eu chegava de madrugada e quem estava ocupando minha cama ? O folgado do Victor Bessa me fazia dormir no sofá, coisa de irmão.
Foi lá em casa que ele começou a cantar, no chuveiro do quarto do Pedro Fraz, era engraçado a casa inteira ouviu, mas depois ficou sério, virou cantor.
E cresceu e cantou e até grupo musical formou com os amigos, fez-se o PV & L, (Pedro, Victor e Luka) um improvável trio sertanejo, e assim, além do amor e saudade que deixa em nossos corações, se eternizou em uma musica simplória e divertida, "Arrocha180".

O tempo é uma eternidade, nossos dias são segundos, nossas vidas poucos dias em relação a tudo. E se está num lugar melhor agora, é bom muito bom aí, por que sabemos que era feliz aqui.

Recuso-me a falar dele no passado, pois ele não é passado e nem se foi. Só vamos para sempre mesmo, quando somos esquecidos e ele não será enquanto houver alegria e calor no abraço de nossos amigos, pois você faz parte ainda da liga que nos une, e isso Victor Bessa... ninguém separa nunca...


Aguarde ai, que jázim nos vemos. E guarde aí a saudade que já temos.

Muitas Saudades irmão.


Otávio Fraz

quarta-feira, 19 de junho de 2013

Membro da Liga da Justiça

Imagina que você é um ser humano comum, normal, sem qualquer poder extraordinário, agora imagina que você tem um governo que abusa de você e da sua nação, que te cobra impostos absurdos e gasta eles indevidamente, em proveito pessoal de seus administradores, não te oferecendo o mínimo possível para um vida digna principalmente em educação e saúde.
Agora imagina que de repente um meteoro cai na sua cabeça e você adquire super poderes.
 Agora você tem uma super voz, que é muito alta, opiniões que ninguém mais pode ignorar, só o fato de você caminhar vira notícia internacional, suas atitudes causam discussão nas mais altas cúpulas do governo, a mídia teme você e agora é a você que ela quer não contrariar.
Você consegue imaginar isso ? Que é um super herói ? Que faz parte de uma liga da justiça, ou é um x-men ou mesmo um vingador? 

EU CONSIGO, E ELES TAMBÉM :


segunda-feira, 17 de junho de 2013

TOCANTINS INTELIGENTE - GALERIA BELA PALMA DIA 20/06 ÀS 17 HRS - O GIGANTE ACORDOU

Informações detalhadas:


Nesse fim de semana após muitos e muitos anos vi o Brasil entrar em campo de novo e fazer bonito,  também foi bem legal a seleção brasileira golear o Japão de três a zero.
21 anos de silêncio de boca tapada pela alienação. Mas nossos olhos se multiplicaram, nossas palavras cresceram em alcance e nossa voz rugiu em um brado que estremeceu os pilares mais firmes do Estado Brasileiro.
A geração tecnológica, os netos e filhos da revolução acordaram, desligaram a novela, o arrocha e não se contentam com a janelinha dos noticiários, percebemos que há um horizonte de 360 graus de muita porcaria acontecendo.
Eles tem balas, gás e cérebro nenhum, nós temos mil olhos, dez mil vozes, cem mil braços, quinhentas mil pernas e um milhão de corações ávidos por mudanças.
Você, pare e olhe ao seu redor, você foi preparado, treinado e munido para esse momento, sua atenção não está mais na televisão, o Big Brother é tedioso o Zorra Total uma merda, você agora assiste uma televisão que você mesmo cria, você escolhe no que acreditar, o que e quando assistir. Você está conectado a 7 bilhões de pessoas e suas ideias e opiniões podem virar uma epidemia e borbulhar mentes em um clique.
Você possui sua própria produtora, seu próprio canal sabe utiliza-los, muna-se da sua câmera e do seu 3G mostre para as pessoas o que alimenta seus objetivos e a mudança que você quer para o seu país, agora é a hora, o mundo está voltando os olhos para o seu Brasil e mostre para eles o Brasil que você quer.
Meu coração está batendo forte, meus olhos se emocionam a cada suspiro profundo ao saber que sou parte da geração que vai mudar esse país e começamos agora nossa guerra.
Somos os filhos caçulas desses país, éramos bebês quando pintaram as caras, mas vamos mostrar nosso prodígio e a força do nosso Tocantins. Apesar de nossa tenra idade, nosso estado está corroído pela corrupção e pelos velhos maus modos da política brasileira.

Sejamos o caçula prodígio do País. Nós saímos do coma de 21 anos desde os caras pintadas, vamos agora pintar a nossa maior cara, o nosso Brasil.

"Passou a hora do governo temer seu povo, e não o povo temer o governo."


Otávio Fraz


Inspire-se:
O Gigante Acordou
Vídeo 20 centavos
No Olho do Furacão
Brasileira Falando da Copa para os Americanos
Grupo se manifesta em Nova York em apoio a protestos pelo Brasil




sábado, 15 de junho de 2013

Soneto ao Bohêmio

Chefe, você não sabia
Mas fostes bem mais longe
Sua máquina do tempo, poesia
Atravessou gerações, uma ponte

Aonde acredita-se no amor
E assim também na eternidade
Ensinou a driblar a dor
E trouxe fé e humanidade

Hoje vivo no seu eterno ontem
O que era hoje, não confrontem
É identidade da nossa nação

E tudo começou simples
Em amor e palavras simples
Coisas verdadeiramente do coração

Vinícius não me perdoe
Cometerei seus mesmos erros...

Otávio Fraz
Brasília DF 
15/06/2013 - 21:06

quinta-feira, 13 de junho de 2013

Bem vinda à nossa casa

Ontem se foram os dias de solidão
E como irredutível é o destino
Na sina de nos surpreender

Quando de repente o que era desprezo
Distancia, aversão e avesso
Torna-se mais do que poderíamos prever

Mãos nunca dadas, nem em sonhos
Desafiando a obviedade do que somos
Hoje contrárias já não podem, nem estão

Confesso é de tempo meu almejo
Displicência, desmistério e descortejo ?
Estranha a nossa solução...

Pois aquilo que resiste
Incólume persiste
E se torna mais que antes

Hoje, bem vinda à nossa casa
Está vazia e mal arrumada
Mas se arruma num instante

Meses passaram-se em um susto
Sem nada para nos conter
Assim juntos desde então

Como diria um Poeta Russo
E quem um dia irá dizer
Que existe razão, nas coisas feitas pelo coração...

Otávio Fraz
12/06/2013

terça-feira, 11 de junho de 2013

Soneto a você perto de mim

Aperte o Play e só depois leia
Antonio Carlos Jobim e Elis Regina - corcovado

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Tocou me o rosto e sorriu
Me Segurou sem que nada dissesse
Entre suas mãos, eu em prece
De dentro dos olhos se despediu

Escorreu me pelo rosto a partida
E o presságio da saudades que ja sinto
Se disser  "tudo bem", minto
Tudo de ruim a sua despedida

Fechei os olhos em suspiro
E a supresa ao abri-los
Foi o último gosto do seu beijo

Por ser assim belo e mágico
Me proponho ao destino trágico
De não esquece-la, não me deixo

Otávio Fraz

Foi uma quinta-feira que durou mais de 24 horas, bem mais!

Todos os meses me desemboco lá pras bandas do bico do papagaio e esse mês já fui lá. Trabalho com algumas prefeituras da região, lugares inóspitos e inusitados. Há cerca de 12 anos cheguei aqui na Capital do nosso Tocantins, depois de morar 6 anos na cidade de Tocantinópolis, aonde passei a parte mais relevante da minha infância e início da minha adolescência.
Nessa quinta-feira dia 6 estive em Tocantinopolis, aonde estudei da 1ª à 5ª série no colégio púbico Dom Orione, instituição que muito me ensinou por sua formação religiosa e rica em cultura. Os pátios daquela escola foram o cenário daquela época em que dizemos "me entendi por gente", aonde vivi minhas primeiras angústias, dúvidas e prazeres, fiz amigos maravilhoso que até hoje fazem parte da minha vida e amorzinhos que marcaram de verdade.
Apesar de muito significativo na minha vida o período que morei em Tocantinópolis e estudei no Dom Orione, há cerca de 12 anos não voltava naquele lugar. E essa ultima semana, a trabalho voltei aquele lugar que ainda abriga minha infância. Com felicidade voltei à escola que pouco mudou, revi professores, como Aldeídes, Janeluz e Lucilene,  que me reconhecerem e me abraçaram como felicidade e até mesmo um coração que talhei no tronco de umas das árvores do jardim em homenagem a uma amiguinha. Almocei no restaurante que costumava ir aos domingos comer o "Peixe do Belo"  e visitei o Forum que de dia era Forum e pela noite era pra mim era playground.
Aqui demonstro minha tristeza diante de uma atitude que até agora não consegui entender. O atual juiz da comarca de Tocantinópolis, diretor da comarca e que mora na casa do Juiz que é atrelada ao Forum, cortou e deixou no toco TODAS AS ÁRVORES QUE ESTAVAM AO REDOR DO FORUM E DENTRO DA CASA DO JUÍZ, REPITO, TODAS, DEIXANDO TÃO SOMENTE DUAS QUE SERIA UM CRIME CORTAR. Dentre tais árvores, cajueiros responsáveis por metade das minhas cicatrizes e um pé de Amêndoa que plantei há mais de 17 anos, que estava frondosa e muito alta. Não consigo imaginar qualquer motivo que justifique tal atitude.
Então parti, com saudades e muita felicidade, mas o dia não terminaria aí. Eu tinha a missão de estar no dia seguinte em Palmas para a homenagem que a OAB iria prestar ao meu pai as 14:00 hrs, mas estava a quase 800 km de distância.
A trabalho havia passado pelas prefeituras de São Bento, Cachoeirinha, Praia Norte, Axixá, Sítio Novo, Itaguatins, Tocantinópolis, Arguianópolis, Ananas e Riachinho, quando fomos atender a um cliente em uma fazendo pra lá de Riachinho. Saímos da tal fazendo, aonde me deparei com um 38 em cima de uma cama ao ir ao banheiro, as 8 da noite, sendo que as 8:30 deveria estar em Augustinópolis para pegar a Van para vir à Palmas.
Pisamos fundo no uno que não tinha farol baixo.Entre Angico e Luzinópolis furamos um pneu em um buraco, trocamos pelo step e 15 minutos depois furamos o step e estávamos sem sinal de celular. Resolvemos tocar até Luzinópolis com a roda no asfalto quando passa um carro, damos sinal para parar e para. Era o deputado Ricardo Ayres que me levou à cidade para arrumar o primeiro pneu e gentilmente me trouxe de volta ao uno.
Tocamos rumo a Augustinópolis já as 9:30, eu desesperançoso por ter perdido a Van, e o meu colega Joelson zangado com os carros que não entendiam que estávamos sem farol baixo. Depois de Luzinópolis um veículo não entende nosso sinal de que estávamos sem farol baixo e joga farol alto nos deixando cegos por alguns segundos, coincidentemente nos cruzamos passando por um quebra mola, com a velocidade reduzida Dr. Joelson abaixa o vidro para xingar o motorista do veículo, quando vê que era Van que eu não tinha pegado em Augustinópolis. Gritamos, a Van parou e eu embarquei de volta para Palmas, chegando aqui às 6 da manhã da sexta feira.
Foi uma quinta-feira que durou mais de 24 horas, bem mais.

Otávio Fraz

terça-feira, 4 de junho de 2013

Soneta às primeiras vezes

O que ainda nao tentei?
Sei voar, ser triste e sofrer
Amar o que existe, o que vai nascer
Em modéstia, não sei 

Há sim, simples, sei que há
Raso, próximo e visível 
Algo que talvez comigo 
Não tenha ainda deixado pulsar 

Mas não me apresso  
Pois tenho apreço
Àquela bela surpresa

Ao momento que sem chão
Me pare o coração
E me confunda a cabeça 

Otávio Fraz

sexta-feira, 31 de maio de 2013

Soneto de Susto

Deus! Como ela está linda
Por que manda-la a essa hora ?
Não estou pronto ainda
Pra uma euforia agora

Lembro, como em poucas linhas
Remexeu-me muitas coisas
Como minhas paz, como meus dias
Coisas puras e não poucas

Mas se foi como uma dia ruim
Sem adeus sem dar um fim
Quando então me perdi todo

De repente apareceu com sua luz
Com todo aquilo tudo que me seduz
Me deixando nova e completamente bobo

Otávio Fraz
25/05/2013- 04:39


sexta-feira, 8 de março de 2013

Homenagem ao dia das mulheres.


Em homenagem ao dia de hoje, o dia da mulher estou publicando esse texto que escrevi em pseudônimo feminino, assim como fazia Chico Buarque em suas músicas e Nelson Rodrigues em alguns textos de sua obra.

A EXTINÇÃO MASCULINA

 Estava cá hoje pensando com meus botões. O mundo se diz evoluir, mas o homem não muda, falo do homem, o ser masculino. Ainda, para a grande maioria somos ainda meros objetos, pedaços de carne, refúgios sexuais.
Isso já foi longe demais, já deu o que tinha que dar, na verdade já demos o que tínhamos que dar, já é passada a hora deles reconhecerem nosso valor como seres pensantes, e mais, superiores.
Em verdade vós digo, os homens se cuidem, não que me faça gosto mas seus dias estão contados. Vocês têm percebido que os homens têm se tornado cada vez mais dispensáveis? Não? Vou lhes provar.
Na época dos primórdios da raça humana, quando o ser humano ainda era selvagem, as mulheres eram responsáveis por manter a raça, procriar, cuidar da prole, manter viva a espécie. É por isso que temos tantas reservas energéticas, seios, nádegas, celulite, essas “gordurinhas” que tanto nos incomoda são pura e simplesmente reservas para mantê-los vivos quando bebês, caso faltasse alimento.
Nessa época nosso valor ainda era reconhecido, os homens nos defendiam com unhas e dentes passavam dias caçando e pescando (mas pescavam mesmo), para nos alimentar.
Depois, com a “evolução” da espécie foram criando armas e formas de demonstração de poder, aí começou nosso martírio. Como eles tinham mais habilidade física no manuseio das armas já tomaram nossa dianteira, e nós cuidando das crianças em casa enquanto iam para a guerra, nós que segurávamos a barra quando eles voltavam sem um braço ou uma perna.
Continuaram guerreando, e pior, começaram a filosofar.
Maldito seja o inventor do ócio criativo, enquanto eles pensavam quem cuidava da casa? E o que surgiu dessa filosofia? Uma teoria de que as mulheres são homens incompletos, pasmem, chamaram nosso clitóris de pênis atrofiado. Foi quando também aprenderam a nos abusar sexualmente, nos vender, trocar, éramos troféus e colecionáveis em harêns.
Daí então a situação só piorou.
Na idade média foi uma maravilha, qualquer uma de nós que curasse doenças, fizesse manuseio de remédios ou mesmo tratamentos com remédios naturais era chamada de bruxa. E lá fomos nós arder nas fogueiras da inquisição. Ah! Era de praxe também sermos oferecidas pelos nossos maridos aos seus senhores feudais como cortesia, mera hospitalidade, mas quando a peste negra chegou quem tinha que segurar a barra?
Daí a burguesia ascendeu, iiixi! As coisas pioraram. Os homens enriqueceram, começaram a acumular riquezas, ficaram ambiciosos, quanto mais tinham, mais queriam, ficaram vaidosos e quanto mais mulheres tinham, mais mulheres buscaram.
Na Revolução industrial, descobriram, enfim, que temos força, habilidade e competência para trabalhar e o que fizeram? Começaram a abusar de nossa força de trabalho, começaram a abusar de nós e dos nossos filhos, trabalhávamos 18, 20 horas por dia.
Daí então, após anos sendo exploradas de todas as formas, começamos a nos indignar, em pequenos grupos, aos poucos. Mas foi mesmo no último século, após quase 3.000 mil anos de abusos que nos rebelamos. Os homens no início relutaram em aceitar, não queriam nos ver libertas do preconceito, mas nada que uma boa greve de sexo não resolva.
Saímos das cozinhas e fomos para as ruas, para as faculdades, para as grandes empresas. Ai sim as coisas começaram a mudar. Percebemos que temos grande força, tanto dentro de casa quanto na política.
Agora estamos ativas nos mercado de trabalho, sustentamos a casa e os filhos, sozinhas. Existem empregos que são preferencialmente nossos, agora nossa feminilidade é mais respeitada, nossa gestação é bem amparada e nossa integridade física também. É certo que sempre existem aqueles que tentam nos tratar como antes, mas não ficamos mais caladas, e eles, não mais impunes.
Hoje em dia já trabalhamos, já mantemos a casa, já sustentamos os filhos, já matamos barata, trocamos lâmpada e o pneu do carro, já abrimos pote de azeitona, e, a nossa maior proeza, se hoje queremos ter filhos, não precisamos mais de um homem, a medicina, por meio da inseminação artificial, nos concede essa regalia.
Então, após esse breve aparado sobre nossa evolução histórica, venho lhes provar que os homens estão se tornando dispensáveis e correm o risco de desaparecer da face terra. Do surgimento do homo-sapiens até os dias de hoje, pouco evoluímos fisicamente, é certo que algumas evoluções aconteceram, como o fato de termos cada vez menos pelos.
Nossa real evolução foi mental e tecnológica. Assim como os cisos pararam de nascer porque perderam sua utilidade, os homens também estão diminuindo em quantidade, pelo mesmo motivo, e nós, seres mais evoluídos, estamos nos tornando predominantes, na verdade já somos.
Estão perdendo aos poucos suas utilidades. Na verdade ainda servem pra parte prática, como belo passatempo para as noites solitárias de sábado, mas ainda sim continuam fazendo as mesmas burradas, se soubessem o que o futuro lhes guarda...
Mas, sabe? Mesmo tendo sido tão maltratadas e ainda sofrermos nas mãos deles, vamos acabar tendo piedade, como sempre tivemos com os nossos imensos e misericordiosos corações de mãe.
Nosso amor não se cabe no peito, nossa capacidade de perdoar, nossa compaixão e, principalmente, nossa consciência de que os pobres coitados são iludidos pelas facilidades e gozos mundanos. São como crianças num grande parque de diversões, mas sabem que chega a hora de ir pra casa e receber um afago de uma mulher. Passamos toda a nossa história perdoando-os e recebendo-os de volta, e quando eles forem sumindo, vamos dar um jeitinho de preservar a raça deles.
Afinal... Quais de nos, cansadas do trabalho diário, não gosta de chegar em casa e vê-la arrumada, as crianças com a tarefa de casa feita, o jantar pronto e nosso homem esperando cheiroso no sofá pra assistir a novela?

Camila Oliveira

terça-feira, 19 de fevereiro de 2013

Soneto à Passarinha


Mal deixei aberta, assanhou-se e voou
Fiquei parado assistindo seu sumir
Distância próxima demais pra eu assumir
Ainda lembro a última luz da sua cor

E acho que nunca amei tanto assim
Amor não se mede, nem em tanto
Basta-se amar , simples e pronto
Já é maior do que tudo que há por aí

Era manhã, eu quase ainda dormindo
Numa doce bonanza de domingo
No batente da minha janela, a pequenina

Não lembro bem se realmente estava alí
Mas como há muito não ria, sorrí
No canto de Rouxinol da Passarinha

Otávio Fraz