terça-feira, 11 de junho de 2013

Foi uma quinta-feira que durou mais de 24 horas, bem mais!

Todos os meses me desemboco lá pras bandas do bico do papagaio e esse mês já fui lá. Trabalho com algumas prefeituras da região, lugares inóspitos e inusitados. Há cerca de 12 anos cheguei aqui na Capital do nosso Tocantins, depois de morar 6 anos na cidade de Tocantinópolis, aonde passei a parte mais relevante da minha infância e início da minha adolescência.
Nessa quinta-feira dia 6 estive em Tocantinopolis, aonde estudei da 1ª à 5ª série no colégio púbico Dom Orione, instituição que muito me ensinou por sua formação religiosa e rica em cultura. Os pátios daquela escola foram o cenário daquela época em que dizemos "me entendi por gente", aonde vivi minhas primeiras angústias, dúvidas e prazeres, fiz amigos maravilhoso que até hoje fazem parte da minha vida e amorzinhos que marcaram de verdade.
Apesar de muito significativo na minha vida o período que morei em Tocantinópolis e estudei no Dom Orione, há cerca de 12 anos não voltava naquele lugar. E essa ultima semana, a trabalho voltei aquele lugar que ainda abriga minha infância. Com felicidade voltei à escola que pouco mudou, revi professores, como Aldeídes, Janeluz e Lucilene,  que me reconhecerem e me abraçaram como felicidade e até mesmo um coração que talhei no tronco de umas das árvores do jardim em homenagem a uma amiguinha. Almocei no restaurante que costumava ir aos domingos comer o "Peixe do Belo"  e visitei o Forum que de dia era Forum e pela noite era pra mim era playground.
Aqui demonstro minha tristeza diante de uma atitude que até agora não consegui entender. O atual juiz da comarca de Tocantinópolis, diretor da comarca e que mora na casa do Juiz que é atrelada ao Forum, cortou e deixou no toco TODAS AS ÁRVORES QUE ESTAVAM AO REDOR DO FORUM E DENTRO DA CASA DO JUÍZ, REPITO, TODAS, DEIXANDO TÃO SOMENTE DUAS QUE SERIA UM CRIME CORTAR. Dentre tais árvores, cajueiros responsáveis por metade das minhas cicatrizes e um pé de Amêndoa que plantei há mais de 17 anos, que estava frondosa e muito alta. Não consigo imaginar qualquer motivo que justifique tal atitude.
Então parti, com saudades e muita felicidade, mas o dia não terminaria aí. Eu tinha a missão de estar no dia seguinte em Palmas para a homenagem que a OAB iria prestar ao meu pai as 14:00 hrs, mas estava a quase 800 km de distância.
A trabalho havia passado pelas prefeituras de São Bento, Cachoeirinha, Praia Norte, Axixá, Sítio Novo, Itaguatins, Tocantinópolis, Arguianópolis, Ananas e Riachinho, quando fomos atender a um cliente em uma fazendo pra lá de Riachinho. Saímos da tal fazendo, aonde me deparei com um 38 em cima de uma cama ao ir ao banheiro, as 8 da noite, sendo que as 8:30 deveria estar em Augustinópolis para pegar a Van para vir à Palmas.
Pisamos fundo no uno que não tinha farol baixo.Entre Angico e Luzinópolis furamos um pneu em um buraco, trocamos pelo step e 15 minutos depois furamos o step e estávamos sem sinal de celular. Resolvemos tocar até Luzinópolis com a roda no asfalto quando passa um carro, damos sinal para parar e para. Era o deputado Ricardo Ayres que me levou à cidade para arrumar o primeiro pneu e gentilmente me trouxe de volta ao uno.
Tocamos rumo a Augustinópolis já as 9:30, eu desesperançoso por ter perdido a Van, e o meu colega Joelson zangado com os carros que não entendiam que estávamos sem farol baixo. Depois de Luzinópolis um veículo não entende nosso sinal de que estávamos sem farol baixo e joga farol alto nos deixando cegos por alguns segundos, coincidentemente nos cruzamos passando por um quebra mola, com a velocidade reduzida Dr. Joelson abaixa o vidro para xingar o motorista do veículo, quando vê que era Van que eu não tinha pegado em Augustinópolis. Gritamos, a Van parou e eu embarquei de volta para Palmas, chegando aqui às 6 da manhã da sexta feira.
Foi uma quinta-feira que durou mais de 24 horas, bem mais.

Otávio Fraz

Um comentário:

  1. História interessante... o que me faz pensar que quem o rodeia, não se surpreendeu quando o menino que talhava corações em árvores se tornou um poeta... saber externar sentimentos, pensamentos e afins é um talento de poucos.

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