segunda-feira, 12 de março de 2012

Soneto do Limbo

Escravo da Alegria - Vinícius de Moraes


Quando passa só posso fechar os olhos
De olhos fechados de dentro te olho
Como sempre quis e nunca pude ter
Minha, e agora, pra mais sempre ser

Abraços em braços arrepiados
Carinho de longe e cheirinho de lado
Tão de longe e assim bem perto
Não sei se te largo, mas sei que te quero

E quero muito, há meses e poesias
Já desquis e até apaguei, mas foi covardia
Você aparecer antes de eu me despedir

Entre o céu e o inferno, nesse limbo
Brincando de ser, de junto e de dormindo
Viro cá e você vira pra lá, vamos sonhar

Otávio Fraz