sexta-feira, 29 de setembro de 2017

NOVO ENDEREÇO

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Att.

Otávio Fraz

quarta-feira, 8 de março de 2017

Soneto de Inconstância

De fato nunca estive aqui
Mesmo o propósito sendo ficar
Na busca por enfim me encontrar
A minha constância é partir

Pra longe e o peito dos que ficam
Já passei tempo demais transitando
Entre um mundo e outro e foi tanto
Que em peito algum, hoje habito

Nem quando fico estou por aqui
Com a mala pronta, pronto pra despedir
Nem sempre que vou que estou por la

O único destino certo é a solidão
É consequência, não é opção
De um homem que dizia querer um lar

Otávio Fraz
08/03/2017

terça-feira, 26 de janeiro de 2016

Soneto à Prece II

Ao ir dormir pedi por você
Em prece pedi paz e calma
Que Deus abrande sua alma
Que imensamente feliz possa ser

Por si só a vida é de angústia
Sem querer damos motivos
E pioramos os perigos
É preciso ter renúncia

Ao ego, vaidades e rancores
Raízes das piores dores
Motivos para mais tristeza

Então pedi paz a seu coração
Que com a leveza de uma canção
Leve dúvidas e traga certezas


Otávio Fraz

quinta-feira, 21 de janeiro de 2016

Soneto para além

Crio expectativas e por que não ?
Pensamentos adornados de coisas belas
Devaneios, utopias que mesmo insinceras
Me irradiam felicidade e paixão

Não peço muito quase nada
O beijo em silêncio sob a noite eterna
As batidas do peito que de amor aperta
A total entrega sob a noite estrelada

Habite em minha imaginação
Torna teu o que antes não
Pertenceu a mais ninguém

Construindo esse mundo novo
Vou deixando que habite em seu corpo
Meu amor guardado para hoje, e além...

Otávio Fraz

sexta-feira, 8 de janeiro de 2016

SONETO AS FACES

Devolvo-te a cólera que trouxe
Esse aperto pujante no peito
De corações partidos ao meio
Se te deixamos, era para que se fosse

Não fostes e teimou em insistir
E diante de múltiplas faces
Percebi conhecer só parte
De um nefasto todo que existe ai

Leve, sei, agora te conheço
De todos, fui o que menos pagou o preço
Da sua mascarada e sombria vaidade

E hoje, ao conhecer suas faces
Me alivio em seres só parte
De passado, lembranças e até saudade


Otávio Fraz
08/01/2016

segunda-feira, 26 de outubro de 2015

A Arte de Pertencer

Primeiro o grande susto
Que tira dos seus pés tudo o que se tinha de chão
Todo o ar foge aos pulmões
As pupilas dilatadas contra qualquer engano
Sem ar, sem chão, sem acreditar...

O corpo entre em hiperventilação...
O coração acelera e bate mais forte
Depois do ar contido, no primeiro suspiro
Os olhos não conseguem mais não se molhar

E na tensão de segurar as lágrimas
Retorce o sênior, enruga a testa
E abriga o rosto entre as mãos
Somente os olhos a mostra, fixo para nada escapar

Arremessa os braços, adiantando-se o mais rápido possível
Segurando inutilmente para nada escorrer
Com o coração não cabendo mais no peito
Encontra o que o destino mais lhe guardava

Então, acontece...
O fim da espera, o sessar da ausência
O preenchimento do vazio que havia entre os braços
O reencaixe da parte ausente do seu peito, ou da vida

Enfim entregue ao que você pertence
O momento extensivo a alguns minutos
Será eterno, mostrará aonde sempre deveria estar
O abraço nunca terá um fim...

A ocorrência física da arte do encontro
Permanece eterna no seio de quem entende
Sobre o amor, sobre a ausência, sobre perda e sobre a saudade

O encontro é o preciso momento em que mesmo por um único instante
Você encontra o seu exato lugar em meio a esse turbilhão de perdas e adeuses
E enfim entende o onde, o quando e a quem você pertence

Pois a arte do encontro é a arte de pertencer...

Otávio Fraz

terça-feira, 20 de outubro de 2015

Soneto ao Romance

Findado este livro de crônicas
Pequenas historias, passagens de amores
Efêmeras felicidades, punhados de dores
Parcos sentidos, pobres semânticas

Preparado enfim ao romance
De trama longa e complicada
Amores e longas jornadas
De vidas em reencontros vibrantes

As curtas jornadas se apagam
Euforias e palpitações se calam
E maculam quem fica pra traz

Inauguro agora o instante
Da histórias a caminhos distantes
A jornada ao destino de paz

Otávio Fraz

quinta-feira, 8 de outubro de 2015

Ode às asas


I.

Inevitável a dor quando se ama
Há de doer pois amar é cisão
Em terra era firmada sua rama
Mas precipício foi sua opção

É como estar pairando no ar
Sua asa completada por outra
Um par em sintonia louca
O mais belo horizonte a enxergar

Quando falha uma asa, cisão!
Faz parte da trama da paixão
O chão um dia chegar 

Em queda então se encontra
No fundo, no poço, na lama 
Acaba-se indo parar 



II.

Aprendi sobre quedas e abismos
Há forças para subir de volta ?
Eu agora com a asa torta
Desejando ser esquecido

Durante a subida, lembranças
Paixão, pulsar de novo ?
Do amor, valeu o esforço ?
E durante a subida, esperança 

Inevitável a dor quando se ama 
O coração bate e reclama
Forças para voar de novo

E uma vez mais se joga
E agora com asas novas
Solo é seu novo voo 



III. 

Aqui de cima enxergo o mundo
De horizonte a horizonte 
Meu destino é o distante 
E o amor acima de tudo

Vejo outros desvanecendo
Como a pouco também caí
Pois dependia de outro aqui
Outro coração também batendo

Não haveremos de ser metade
Inteiro assim somos parte
Do amor que auto se proclama

Juntos rumo ao horizonte 
Buscado a precisão do instante
Da independência entre a dor e quem ama 

Otávio Fraz







quinta-feira, 2 de julho de 2015

Soneto de Presságio

Senti um leve arrepio nas costas 
Pouco antes do frio na barriga 
Algo bem forte, coisa que intriga 
O que farei ao passares a porta ?

E entrar sem qualquer cerimonia minha vida 
Recolocando tudo em seu devido lugar 
Com Hora pra comer, dormir e amar 
Dosando carinho em cada ferida 

Perderemos a hora no aconchego 
Cheiro dos cabelos no travesseiro
Roupas no chão da sala de estar

Brinque de leve com minha vida 
Pois serás em breve amor e amiga
E em cada defeito, amando se amar 

Otávio Fraz 
10/06/2015

segunda-feira, 11 de maio de 2015

Cadente Estrela Polar

Quando te olhei, não te vi
Não era você que estava ali
Uma versão, uma figura
Vi uma caricatura

Do ser mais belo que já existiu
Encontrei só um ser que caiu
Na correnteza e se deixou levar
Com resto do cardume ao mar

A estrela polar, minha guia
A que outrora mais reluzia
Escondeu sua própria luz
Na ilusão, numa figura que seduz

Era mais belo por ser diferente
E hoje veste-se de demente
Esforçando-se para ser igual
Acabou se tornando banal

Olha pra ti, dispa-se dessas vestes
Entenda, o que era a melhor espécie
A melhor versão de si mesma
Hoje, sequer se põe à mesa

Otávio Fraz