quinta-feira, 5 de março de 2009

05 de março de 2009 - Palmas - TO - Todos os amores

Para essa leitura, não deixem de ouvir essa música enquanto acompanham o texto.(Faltando um pedaço - Djavan)
Se alguém me perguntar: Você tem muitos amores?
Podem dizer que é impossível, mas irei dizer: Muitos amores, muitos mesmo.
Mas Como? Vou te contar

Amor... já parou pra se perguntar o que é o amor?
Não!! Não tente responder... você não vai conseguir, ninguém até hoje conseguiu.

O primeiro amor: Será aquele amor maior de todos, maior do que tudo. Amor pela vida, amor por viver, amor pelos sonhos, amor por ser quem é. Esse amor que engloba todo o mundo... o amor divino, o amor de Deus.

O Segundo amor: De todos os amores objetivos, com certeza o mais forte. O amor da carne, o amor do sangue, é amar uma parte de você que não é você propriamente. Amar o pai, amar a mãe, o irmão. É aquele amor que faz as palavras “Sangue” e “Carne” transcenderem o sentido material. Esse amor quando acende nada apaga. Esse amar torna dois seres diferentes na mesma carne, torna duas entidades uma só fonte de amor.

O terceiro amor: Posso dizer desse amor uma coisa, só Deus sabe explicar o como e o porque de existir. Como duas pessoas sem nenhuma afinidade sanguínea, familiar ou ate mesmo, sem nenhuma proximidade física podem se amar? O terceiro amor pode ser tão grande ao ponto de evoluir para o segundo.

Imagina só: Duas crianças, ambas no auge de seus 8 anos. Um rapazinho de cabelo em cuia e umas janelinhas nos dentes, uma mocinha de cabelo amarrado em chuquinha e um oculinhos de bichinhos. O que podem essas pequenas criaturas saber do amor? Talvez soubessem mais que nós hoje em dia, pois começaram a se amar sem nem saber o que isso poderia significar. De alguma forma, por alguma razão elas se topam, brincam, conversam, aprendem... e crescem. Crescem juntas, vendo-se todos os dias, até o dia do adeus. Despediram-se ainda crianças. Um pouco maiores, mas do mesmo tamanho em consciência ao amor. Separam-se, por anos não se vêem, mas por alguma razão nunca se esqueceram daquele amigo da qual se despediram. Quase 13 anos se passam após o dia em que o cabelinho de cuia conheceu a oculinhos de bichinho, ela então fala que vai dormir pois no dia seguinte precisa trabalhar e pede pra ele jurar que vai se cuidar, ele distraído demora e responde sem que ele tenha tempo pra ler: VOU ME CUIDAR SIM, POIS EU SEI QUE CUIDAR DE MIM, É TAMBÉM, CUIDAR DE VOCÊ.

O quarto amor: Dos amores esse talvez seja o mais misterioso, pois pode ir embora e pode voltar, pode adormecer por anos pra depois queimar. Esse amor ,como os outros, tudo espera, tudo supera, não se alegra com o mal nem se regorjeia com a crueldade, esse amor perdoa, esse amor cuida .... mas temos que aprender a perde-lo, a deixá-lo ir. Talvez fôssemos seres perfeitos se soubéssemos perder esse amor, mas então seria tudo tão sem graça, pois seria um amor banal. Somos perfeitos assim, bem cheios de defeitos, e pra complementar, pra cuidar dessas defeitos até sarar e criar novos defeitos, só mesmo o quarto amor. O quarto amor é o desequilíbrio da vida, é o amor imperfeito e meio deformado, mas que, talvez sem ele, não tivéssemos a motivação para sermos melhores.

Então, meu primeiro amor, meus segundos, meus muitos terceiros e quase poucos quartos, não vos amo por que quero, mas por que o amor dentro de mim encaixa com o amor que existe em vocês.

Que esse mundo seja cheio de amores imperfeitos.
Otávio Fraz

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