sábado, 14 de fevereiro de 2009

São Paulo, 15 de Fevereiro de 2009

Tenho me cobrado a fidelidade com o blog, admito que tenho sido falho.
Desde meu último post, muita coisa aconteceu da minha nova visão do quanto somos minúsculo diante da grandeza do Universo, até a minha aflita mudança-não-mudança para Sampa.
Deixe-me explicar.
Nos meus últimos dias em Lisboa, aproveitei o tempo que me faltava para visitar o oceanário e o zoológico. Maravilhosas experiências.
O oceanário é maravilhoso, além de mostrar as belezas, por muitos desconhecidas, do fundo do mar e das diferentes formas de vida ao longo do nosso planeta azul, expõe e choca o visitante mostrando a destrutível degradação causada pela ação antrópica irresponsável e predatória.
Vi um vídeo. Vídeo esse que mostrava o quão o planeta terra é insigficante diante da grandeza do Universo. Há alguns anos luz de distância nosso planeta parece um minúsculo grão de areia suspenso em um feixe de luz. O que nos faz pensar que estamos em uma situação privilegiada em relação ao restante do universo? A existência de vida? Engana-se quem pensa assim, pois o universo em si está vivo, a única diferença é que nós, auto denominados inteligentes, temos consciência de nosso própria existência.
Mas não adianta, Oh! Ignorantes seres humanos vocês terem consciência de sua existência, quando essa dita autoconsciência, apesar de toda abstração, se afunila em uma vertente auto-destrutiva.
Talvez não sejamos as únicas formas de vida conscientes. Talvez em algum lugar no universo exista uma forma de vida que de tão sábia e inteligente, tenha chegado à conclusão que o mais sábio é não ter nada a dizer ou questionar, o mais sensato será talvez ignorar a própria existência, calar a própria existência, pois terá compreendido que o universo e cada infinita minúscula parte dele, é um complexo harmônico de fatores que se encaixam, completam e dão seguimento às suas transformações, e mexer com essa harmonia seja talvez o maior erro que se possa cometer.
Abstrações a parte, o zoológico foi uma viagem e tanto à riqueza existente num minúsculo grão de areia suspenso num feixe de luz. Pobres animais, não tem culpa alguma de fazerem parte do mesmo ecossistema do animal homem que destrói tudo que toca, e depois quer se achar o animal mais esperto só por que é capaz de mover os artelhos superiores no movimento de pinça.
Uma quinta feira chuvosa extremamente divertida para mim, mas fatidicamente entediante para aquelas animais obrigados a agüentar aqueles seres humanos chatos observando-os através de grades ou vidros. Tive quase certeza de ter sentido o que o tigre de bengala pensava ao me ver espremer o nariz contra o vidro: Maldita raça, podiam entrar em extinção e deixar nosso planeta em paz.
As focas? São belas, digamos até fofas. Inteligentes e espertas dançam com os treinadores paços ensaiados e mandam beijinhos para o público. Os golfinhos? Impressionantes em seu balé de nado sincronizado com as treinadoras.
Após tais experiências, é chegada a hora da partida. Tivemos que resumir toda a mudança de 6 pessoas em 14 volumes de bagagem a serem despachadas e 9 mochilas de bagagem de mão, ao amontoar tudo isso em carrinhos bagageiros a famíla Fraz parecia um grupo de ciganos mudando de campa.
Chegamos ao Brasil, cansados, moídos, mas felicíssimos com a recepção calorosa dos amigos. A volta para a nossa casa foi emocionante, não há lugar como o lar.
Hoje fez uma semana que voltei ao Brasil, mas a correria da vida que escolhi já me remeteu a São Paulo numa mudança de última hora. Mas por que mudança-não-mudança? Mudei-me para São Paulo com toda a banda Vertikal por um final de semana, para mim somente por esse final de semana, enquanto volto para Palmas nessa segunda os que aqui ficam vão procurar estabelecer e estabilizar a nossa chegada, ate que haja a condição para a mudança definitiva, além de alguns problemas de saúde que também não possibilitam que se estenda a minha visita à capital paulista.
Participamos hoje do nosso primeiro festival.

Otávio Fraz