domingo, 18 de dezembro de 2011

Aos tolos mórbidos


Pra este homem que morre, dê um motivo pra viver
Tudo que precisa é uma razão pra seguir
E o amor nunca se alcança, sempre se busca
Se busca o sempre do amor, que quase sempre nunca chega

E se de novo este homem estiver prestes a morrer
De-lhe filhos, uma árvore pra plantar, um livro pra escrever
Algo que para viver dependa dele, ou para existir
Uma maneira de se eternizar quando chegar a hora de partir

E se ainda sim esse homem teimar, quiser desfalecer
Se ele se sujar nos braços de quem nunca fez por merecer
O perdão talvez, seja a única pura solução
Ele existe, e é completo nas profundezas do seu coração

Se na derradeia tentativa ele enfim se entregar a morte
Diga-lhe que viver sem ele você não vai e não pode
Deita ao lado dele, e segurando suas mãos esperem a morte juntos
E nessa hora ele verá, e viverá só pra não ter ver morrer

Otávio Fraz

terça-feira, 6 de dezembro de 2011

Soneto a quem encherga mais longe

De certo não sei escolher
Fito sempre o mais complicado
O impossível, do lado errado
Se é correto não sei dizer

O que está mais no fundo
Não precisa ser o caro
Simplesmente o mais raro
Que mais dure nesse mundo

Vou ao cume da montanha
Embrenhado nas entranhas
Ao ausente aqui de dentro

Do que falta a minha alma
Aquela paz, aquela calma
Com o banal não me contento

Otávio Fraz