terça-feira, 29 de março de 2011

João Bosco e Vinicius - Chuva

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Retalho

Já eram 19:30 e eu não sabia mais o que fazer
Saí de casa...
As paredes pareciam estar se fechando
Há muito tempo tenho me segurado
Mas não cabe mais dentro de mim o que sinto

Mas essa tarde o turbilhão explodiu
Sua camisola no fundo da minha gaveta
Ainda amassada
Da ultima vez que esteve em casa

Cambaleei rua abaixo, não tinha chuva
Não tinha vento, não tinha nada
Que de mim levasse aquela saudade
Aquela vontade sufocante
De retomar seus braços

E chorei, chorei como há muito tempo
Como nunca havia chorado,
Até as lágrimas secarem
E só a chuva molhar meu rosto

Fomos orgulhosos demais
Bobos demais, novos demais
E assim aprendi da pior forma
Não existe vida sem você, não existe nada...

Mas nunca é tarde pra recomeçar
Descalço, molhado, triste e acabado
Corri até sua casa e a chuva aumentava
Quando cheguei no portão de grades
Meu coração duplicou a batida

Vi pelas grades, você sentada na área
Abraçada aos joelhos olhando a chuva
No seu rosto rubro um lágrima
Em um suspiro profundo de tristeza

Naquele instante meu peito explodiu
Quisera não houvessem aquelas grades
Então, do fundo do meu peito, do resto de forças que havia em mim
De olhos marejados, gritei : EU TE AMO, NÃO SEI VIVER SEM VOCÊ

Pra você aquela voz pareceu distante
Mas ouviu minha súplica e me viu
De joelhos no portão, chorando igual um menino
Então abriu-o, e nem ví... meu peito doía demais

A chuva molhou seu vestido florido
E quando olhei pra frente
Suas pernas se torneavam aos poucos pelo tecido
Abaixou-se, segurou me rosto entre as mãos, e me beijou...

"Obrigado Deus, eu sabia que você iria trazer ele de volta"

Otávio Fraz



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