Todos os meses me desemboco lá
pras bandas do bico do papagaio e esse mês já fui lá. Trabalho com algumas
prefeituras da região, lugares inóspitos e inusitados. Há cerca de 12 anos
cheguei aqui na Capital do nosso Tocantins, depois de morar 6 anos na cidade de
Tocantinópolis, aonde passei a parte mais relevante da minha infância e início
da minha adolescência.
Nessa quinta-feira dia 6 estive em
Tocantinopolis, aonde estudei da 1ª à 5ª série no colégio púbico Dom Orione,
instituição que muito me ensinou por sua formação religiosa e rica em cultura.
Os pátios daquela escola foram o cenário daquela época em que dizemos "me
entendi por gente", aonde vivi minhas primeiras angústias, dúvidas e
prazeres, fiz amigos maravilhoso que até hoje fazem parte da minha vida e
amorzinhos que marcaram de verdade.

Apesar de muito significativo na
minha vida o período que morei em Tocantinópolis e estudei no Dom Orione, há
cerca de 12 anos não voltava naquele lugar. E essa ultima semana, a trabalho
voltei aquele lugar que ainda abriga minha infância. Com felicidade voltei à
escola que pouco mudou, revi professores, como Aldeídes, Janeluz e Lucilene, que me reconhecerem e me abraçaram como
felicidade e até mesmo um coração que talhei no tronco de umas das árvores do
jardim em homenagem a uma amiguinha. Almocei no restaurante que costumava ir
aos domingos comer o "Peixe do Belo" e visitei o Forum que de dia era
Forum e pela noite era pra mim era playground.

Aqui demonstro minha tristeza
diante de uma atitude que até agora não consegui entender. O atual juiz da
comarca de Tocantinópolis, diretor da comarca e que mora na casa do Juiz que é
atrelada ao Forum, cortou e deixou no toco TODAS AS ÁRVORES QUE ESTAVAM AO
REDOR DO FORUM E DENTRO DA CASA DO JUÍZ, REPITO, TODAS, DEIXANDO TÃO SOMENTE
DUAS QUE SERIA UM CRIME CORTAR. Dentre tais árvores, cajueiros responsáveis por
metade das minhas cicatrizes e um pé de Amêndoa que plantei há mais de 17 anos,
que estava frondosa e muito alta. Não consigo imaginar qualquer motivo que
justifique tal atitude.

Então parti, com saudades e muita
felicidade, mas o dia não terminaria aí. Eu tinha a missão de estar no dia
seguinte em Palmas para a homenagem que a OAB iria prestar ao meu pai as 14:00
hrs, mas estava a quase 800 km de distância.
A trabalho havia passado pelas
prefeituras de São Bento, Cachoeirinha, Praia Norte, Axixá, Sítio Novo,
Itaguatins, Tocantinópolis, Arguianópolis, Ananas e Riachinho, quando fomos
atender a um cliente em uma fazendo pra lá de Riachinho. Saímos da tal fazendo,
aonde me deparei com um 38 em cima de uma cama ao ir ao banheiro, as 8 da
noite, sendo que as 8:30 deveria estar em Augustinópolis para pegar a Van para
vir à Palmas.
Pisamos fundo no uno que não
tinha farol baixo.Entre Angico e Luzinópolis furamos um pneu em um buraco,
trocamos pelo step e 15 minutos depois furamos o step e estávamos sem sinal de
celular. Resolvemos tocar até Luzinópolis com a roda no asfalto quando passa um
carro, damos sinal para parar e para. Era o deputado Ricardo Ayres que me levou
à cidade para arrumar o primeiro pneu e gentilmente me trouxe de volta ao uno.
Tocamos rumo a Augustinópolis já
as 9:30, eu desesperançoso por ter perdido a Van, e o meu colega Joelson
zangado com os carros que não entendiam que estávamos sem farol baixo. Depois
de Luzinópolis um veículo não entende nosso sinal de que estávamos sem farol
baixo e joga farol alto nos deixando cegos por alguns segundos,
coincidentemente nos cruzamos passando por um quebra mola, com a velocidade
reduzida Dr. Joelson abaixa o vidro para xingar o motorista do veículo, quando
vê que era Van que eu não tinha pegado em Augustinópolis. Gritamos, a Van parou
e eu embarquei de volta para Palmas, chegando aqui às 6 da manhã da sexta
feira.
Foi uma quinta-feira que durou
mais de 24 horas, bem mais.