Palmas - 24 de Fevereiro de 2011 - Soneto ao que restou

Apropriada, não deixe de ouvir:

Chico Buarque de Holanda - Olhos Nos Olhos

Soneto ao que restou.

O tempo passou bem como esperávamos
E dia após dia, fui me vendo vencido
Sofrendo calado chorando comigo
Passou o tempo em que nos amávamos ?

O que deveria ter sido reconstruído
Estagnou em forma de passado
Em tristes sonhos deixados de lado
Nas ruínas de um castelo destruído

Será que ainda há alguma esperança ?
Restou dessa morte alguma herança ?
Alguma coisa conseguiu prevalecer

Eh ! Talvez, não tenha mesmo ido
E por tudo aquilo que tivera sofrido
Só virou algo que não sabemos o que

Otávio Fraz

Palmas - 18 de fevereiro de 2011 - Soneto ao Gozo

Para essa ouça

Chico Buarque - Tatuagem

Soneto ao Gozo!

Brincamos agora de só nos perder

Você em mim e eu em você

Em meu cabelo agarrada bem forte

Perdes o rumo e me pedes o norte

Entregues ao chão, duro e tão frio

Me Chama pra dentro, da pelo, no cio

Só amor, só desejo, sem nada a dizer

Sussurra gemidos, suando prazer

A carne arranhada, os olhos virados

Cansada, esgotada no último regalo

Desaba inerte, entregue ao gozo

Ensaia cansada um olhar de doçura

Momento encantado de pura ternura

Beijando minha boca, me pede,"De novo!"

Otávio Fraz

Palmas - 17 de fevereiro de 2011 - Só pra variar

Chico Buarque - HOMENAGEM AO MALANDRO


A vida anda meio sem graça
Essa mesmice que não passa
Resolvi então mudar
Só pra variar
Estou tentando me concertar

Dormi bem e acordar cedo
Frutas frescas de manhã
Pensando bem, depois de amanhã
Farão dois dias que não bebo

Mudei alguns costumes

Corrida e musculação
Tenho estudado bastante
Percebi, é importante
Ter uma programação

Fins de semana pra descansar
Levo os cachorros pra passear
Boate me dá medo

Boteco nem pensar
Domingo vou acordar cedo

To fazendo até jejum
Frutas secas e granola
Nem passarinho em gaiola
Hoje em dia deixo preso

Guardei meu violão
Só toco em dias festivos
Na igreja pros sermões
Ja falei pros meus amigos
Não quero saber de “reuniões”

Fiz voto de castidade
Pro homem na minha idade
Fazer sexo é muito cedo
Sem falar que tenho medo
De Deus me castigar
So transo agora se casar...

(...)

A vida anda meio sem graça
Essa mesmice que não passa
Resolvi então mudar
Só pra variar
Estou estou tentanto desconcertar...

Otavio Fraz

Palmas - 13 de fevereiro de 2011 - Seu Amigo, passarinho!

Chico Buarque - Passaredo


Bom dia e obrigado !

Pelas boas migalhas de pão

Eu tenho te observado

Você tem bom coração

Enquanto eu estava machucado

Me deu carinho e atenção

Não me deixou alí de lado

Jogado alí no chão

Desculpa! Mas tenho que ir

No ninho estão esperando

Obrigado por me deixar partir

És diferente dos outros humanos

Olha! Minha casa é logo alí

Passe lá de vez em quando

Nós não vamos fugir

Será bem vindo em nosso bando

Tenho muito a agradecer

E vou lhe recompensar

Todo dia ao amanhecer

Uma canção vou lhe cantar

E quando você crescer

Ensina bem o seu filhinho

A ser bonzinho igual você

Do seu amigo, passarinho!

Otávio Fraz

Palmas 10 de fevereiro de 2011 - Sou passarinho!

Parei, olhando a areia cair

uma cascata de grãozinho

de pouco em pouco, monte em montinho

Vai construindo nossa história

O tempo, esse que dizem ser cruel

Não amacia, não manera

E quando menos se espera

Já alcançou o tempo dos nosso sonhos

Aquele tempo em que sempre imaginamos

Que estaríamos enfim realizados

Nos vemos ainda paralisados

E ainda longe de quem amamos

Por isso vivo hoje e amanhã de novo

Sou passarinho, peixinho e sou besouro

Em cada mergulho, roladinha, em cada voo

Morro amanhã e logo logo nasço de novo!

Otávio Fraz

Palmas - TO - 07 de fevereiro de 2011 - Desculpa!

Desculpa, vou dormir...

Pensar em você me deu vontade de sonhar!

Desculpa, vou levantar...

Pensar em te ter me deu vontade de vencer!

Desculpa, envelheci...

E melhores nossas vidas não poderiam ser!

Sem culpa, vou morrer...

Tranquilo... não tivemos medo de viver!

Otávi Fraz

Palmas - TO - 3 de fevereiro de 2011 - Soneto à sua Volta.

Soneto à sua volta.

Que é a distância, senão só saudade?

Que é a saudade senão só lembrança

Que é a lembrança senão a felicidade,

De ter te encontrado em meio essa andança

E esses dias aqui, de você tão distante

Foi que percebí, és bem mais que horizonte

És sonho alado, és tardinha e és fogueira

És amor eternizado, vivido a vida inteira

Volta pra cá, e dessa vez de verdade

Vem pra mim e dessa vez sem maldade

Deixa eu fazer parte do seu coração

Mas se não puder, por favor, não se alarde

Mesmo essa chama que queima forte e até arde

Pode esperar, pra ser só sua, a minha canção

Otávio Fraz