Há de doer pois amar é cisão
Em terra era firmada sua rama
Mas precipício foi sua opção
É como estar pairando no ar
Sua asa completada por outra
Um par em sintonia louca
O mais belo horizonte a enxergar
Quando falha uma asa, cisão!
Faz parte da trama da paixão
O chão um dia chegar
Em queda então se encontra
No fundo, no poço, na lama
Acaba-se indo parar
II.
Eu agora com a asa torta
Desejando ser esquecido
Durante a subida, lembranças
Paixão, pulsar de novo ?
Do amor, valeu o esforço ?
E durante a subida, esperança
Inevitável a dor quando se ama
O coração bate e reclama
Forças para voar de novo
E uma vez mais se joga
E agora com asas novas
Solo é seu novo voo
III.
De horizonte a horizonte
Meu destino é o distante
E o amor acima de tudo
Vejo outros desvanecendo
Como a pouco também caí
Pois dependia de outro aqui
Outro coração também batendo
Não haveremos de ser metade
Inteiro assim somos parte
Do amor que auto se proclama
Juntos rumo ao horizonte
Buscado a precisão do instante
Da independência entre a dor e quem ama
Otávio Fraz
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