quinta-feira, 8 de outubro de 2015

Ode às asas


I.

Inevitável a dor quando se ama
Há de doer pois amar é cisão
Em terra era firmada sua rama
Mas precipício foi sua opção

É como estar pairando no ar
Sua asa completada por outra
Um par em sintonia louca
O mais belo horizonte a enxergar

Quando falha uma asa, cisão!
Faz parte da trama da paixão
O chão um dia chegar 

Em queda então se encontra
No fundo, no poço, na lama 
Acaba-se indo parar 



II.

Aprendi sobre quedas e abismos
Há forças para subir de volta ?
Eu agora com a asa torta
Desejando ser esquecido

Durante a subida, lembranças
Paixão, pulsar de novo ?
Do amor, valeu o esforço ?
E durante a subida, esperança 

Inevitável a dor quando se ama 
O coração bate e reclama
Forças para voar de novo

E uma vez mais se joga
E agora com asas novas
Solo é seu novo voo 



III. 

Aqui de cima enxergo o mundo
De horizonte a horizonte 
Meu destino é o distante 
E o amor acima de tudo

Vejo outros desvanecendo
Como a pouco também caí
Pois dependia de outro aqui
Outro coração também batendo

Não haveremos de ser metade
Inteiro assim somos parte
Do amor que auto se proclama

Juntos rumo ao horizonte 
Buscado a precisão do instante
Da independência entre a dor e quem ama 

Otávio Fraz







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