domingo, 23 de outubro de 2011

Matinal

Chico Buarque - Tatuagem



Nem bem acordamos já brigamos

Olhos molhados, tristes, falando dentre os dentes cerrados,
ajoelhada na cama quase ódio nos olhos.
Se justifica sempre dizendo que me ama
Que me ama e que me ama

Sentado na cama, com o rosto entre as mãos
Não choro por pouco, já não temos solução
E fico mudo por longos períodos

É quando se chega e puxa meu rosto
Pedindo pra dizer que também te amo
Digo “não como antes, amor muda ?”

E chora mais, no turbilhão de dúvidas e culpa se enfia
E cansa de gritar, de xingar e de chorar
Suspira fundo de olhos fechados

Me abraça de seios nus e me beija vagarosamente
Vai até a janela e fecha as cortinas
E me faz amor pra provar que ama
É quando já não consigo imaginar meu mundo sem você.

Otávio Fraz

Um comentário:

  1. Tavinho, muito bom seu espaço - Tio Hércules -

    A foto dessa menina na janela me lembrou este poema:


    Moto Contínuo


    Eu não sabia o que fazer e abri a blusa
    Mais tarde eu dizer foi sem pensar
    Ele me achou desnorteada, confusa
    O tipo de mulher que abre a blusa
    E faz tudo o que fiz, só pra agradar

    Mas eu não era mesmo muito certa
    Mulher esperta eu nunca fui
    Mas deveria saber me colocar no meu lugar
    Eu era assim, desatinada
    O tipo de mulher que abre a blusa
    E faz tudo o que fiz, só pra agradar

    Hoje, você me ouvindo falar destas coisas
    Talvez me ache outra vez meio confusa
    E eu que sempre faço tudo pra agradar
    Novamente abro a blusa
    Como faria qualquer mulher confusa em meu lugar

    Bruna Lombardi

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