Nem bem acordamos já brigamos
Olhos molhados, tristes, falando dentre os dentes cerrados,
ajoelhada na cama quase ódio nos olhos.
Se justifica sempre dizendo que me ama
Que me ama e que me ama
Sentado na cama, com o rosto entre as mãos
Não choro por pouco, já não temos solução
E fico mudo por longos períodos
É quando se chega e puxa meu rosto
Pedindo pra dizer que também te amo
Digo “não como antes, amor muda ?”
E chora mais, no turbilhão de dúvidas e culpa se enfia
E cansa de gritar, de xingar e de chorar
Suspira fundo de olhos fechados
Me abraça de seios nus e me beija vagarosamente
Vai até a janela e fecha as cortinas
E me faz amor pra provar que ama
É quando já não consigo imaginar meu mundo sem você.
Otávio Fraz